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Coderp – Prefeitura insiste em parcelar dívida

O governo Duarte Noguei­ra Júnior (PSDB) insiste em parcelar uma dívida de mais de R$ 28 milhões que a prefeitu­ra tem com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp). Em 25 de abril, dois dias após ver a proposta recusada pela Câmara de Vereadores, o chefe do Executivo reapresentou o projeto na esperança de que os parlamentares mudem de ideia e aprovem o parcelamento.

Pela proposta, o débito de R$ 28.059.853,28 seria dividi­do em 20 parcelas – um ano e oito meses. Na primeira tenta­tiva de aprovar o parcelamen­to, no dia 23, 14 vereadores votaram contra, seis a favor, quatro se abstiveram e três não declararam voto. Agora, o pro­jeto passará novamente por to­dos os trâmites do Legislativo, seguindo depois para votação em plenário.

Segundo o Executivo, o parcelamento é necessário por causa da crise que o município atravessa. O governo afirma que o débito foi calculado pela Comissão de Haveres e Dívi­das da Administração Direta e Indireta criada pela prefeitura, que realizou o levantamento. Para chegar aos valores pen­dentes no período de 2009 a 2016, o governo afirma que foi feita uma conciliação entre os dados apontados pela compa­nhia como “créditos a receber” e os registrados pelo Executivo.

No início de novembro de 2017, a Coderp deu um impor­tante passo rumo à sua recupe­ração econômica com o obje­tivo de evitar o fechamento. Depois de mais de cinco anos sem renovar a Certidão Ne­gativa de Débito (CND) junto ao governo federal, em função de dívidas tributárias, obteve o documento por aderir ao Pro­grama Especial de Regulariza­ção Tributária (Pert), conheci­do como Novo Refis.

A prefeitura de Ribeirão Preto renegociou o parcela­mento de uma dívida de R$ 155,83 milhões, acumulada de junho de 2010 a dezembro de 2016. O valor foi auditado por profissionais especializa­dos e seria objeto de contes­tação tanto junto à Receita Federal, quanto junto aos processos judiciais que apu­ram os desvios e desmandos havidos nas gestões anterio­res. O pagamento foi dividi­do em 120 parcelas mensais (dez anos) com valores que variavam de R$ 697.344,88 a R$ 1.287.323,88.

A Coderp já tinha outro parcelamento com a Receita Federal do Brasil e Procurado­ria Geral da Fazenda, feito em novembro de 2009, com valor de R$ 5.806.772,35. O mon­tante seria pago em 160 par­celas cujo valor inicial foi de R$ 36.292,32. A companhia é alvo de uma das ações da Ope­ração Sevandija, que investiga apadrinhamento político – ex-superintendentes, ex-vereado­res e empresários são réus –, fraude em licitações e a estreita relação da empresa com a At­mosphera Construções e Em­preendimentos, do empresário Marcelo Plastino, que cometeu o suicídio no final de novem­bro de 2016. O processo tem 21 réus.

O Grupo de Atuação Espe­cial de Combate ao Crime Or­ganizado (Gaeco) pede a de­volução de R$ 105,98 milhões. Os réus são acusados de orga­nização criminosa, dispensa indevida e fraude em licita­ções, corrupção ativa e passiva e peculato. Todos negam a prá­tica de crimes. Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça anulou as escutas telefônicas de um dos nove vereadores in­vestigados e abriu precedente para que os demais réus acusa­dos entrem com recurso.

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