Na Europa a função de coach voltado ao futebol é bastante difundida. No Brasil, no entanto, ainda são poucos os clubes que contam com um profissional da área. Os que já conhecem o valor de um, se sobressaem.
Grandes potências como Real Madrid, Barcelona, Liverpool, Bayern de Munique e outros, possuem profissionais voltados ao melhor rendimento da mente dos atletas. O resultado é o que estamos acostumados a observar. Jogadores frios e objetivos, que raramente titubeiam diante de um resultado adverso.
Em Ribeirão Preto, Junior Fernandez fez parte do grupo comercialino que ressurgiu das cinzas em 2018, obtendo o acesso à Série A3 do futebol paulista de forma exemplar. Foi uma espécie de agricultor, trabalhando a mente de jogadores, que às vezes, não viviam um bom momento pessoal.
“Nós temos que entender que lidamos com pessoas. Por trás das habilidades de um atleta, há mentes que precisam ser trabalhadas. O emocional conta muito na hora do jogo, e nós atuamos de modo a atenuar os pontos de melhoria dos jogadores, bem como, a potencializar os pontos fortes”, explicou.
Com o sucesso no Leão do Norte, Fernandez passou a trabalhar com profissionais de renome no futebol brasileiro. No São Caetano, além do técnico Pintado, o coach trabalhou com o volante Christian e com o atacante Rafael Marques.
Em seguida, vieram o Werley, do Vasco, Diego Ribas, do Flamengo, Thiago Galhardo, do Internacional, além dos dirigentes Paulo André, do Athlético Paranaense, e Zé Roberto, do Palmeiras.
“A Europa, nas últimas décadas, sempre ditou tendências. Hoje os clubes brasileiros contam com fisiologistas, mas durante muito tempo não se preocuparam com isso. Agora começam a se preocupar com algo que os europeus se preocupam há muito tempo: a cabeça dos atletas. Um problema silencioso que muitas vezes é determinante para o resultado de um jogo”, explicou o coach.
Com frequência o profissional se encontra com Diego Ribas, que busca uma transformação pessoal capaz de agregar valor ao Flamengo. Basta ver o quanto nos últimos meses da temporada passada, o meia saiu do banco de reservas com a frieza necessária para definir partidas.
E todo o desempenho nos bastidores do futebol rendeu um convite especial: o ex-goleiro Fernando Yamada, hoje coordenador das divisões de base do Corinthians o convidou para ajudá-lo no Timão.
A ideia é aprimorar a comunicação, primeiro do coordenador da base corintiana. Assim, com uma comunicação eficaz e assertiva, seria possível tirar o melhor de cada atleta, além de atenuar aspectos que possam prejudicar o rendimento dos mesmos durante os jogos.
“A cada 15 dias eu estarei no CT do Corinthians, trabalhando com o Fernando e isso poderá ser estendido aos demais treinadores. A ideia é que eles, através da melhor comunicação, possam melhorar o rendimento dos times, do Sub-11 ao Sub-20, através do progresso dos jogadores, de modo que todos se tornem mentalmente mais fortes”, finalizou.