Por Gonçalo Junior
Por unanimidade, os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro decidiram acabar com a regra que limitava o número de trocas de treinadores durante o torneio. A medida foi aprovada no Conselho Técnico dos clubes nesta quarta-feira, em evento virtual, e já valerá para a edição deste ano.
A CBF propôs no ano passado um limite de troca de técnicos na Série A. Os clubes só poderiam demitir uma vez o treinador para contratar outro. Caso uma equipe demitisse o treinador pela segunda vez, ela só poderia efetivar no cargo um funcionário do clube com no mínimo seis meses de casa, como o treinador das categorias de base, por exemplo.
A medida surtiu efeito apenas imediato. O número de demissões caiu ligeiramente. Por outro lado, vários casos de demissão foram apresentados oficialmente como uma saída em comum acordo, situação que não era restringida pela CBF. No Brasileirão de 2020, quando ainda não havia a medida de restrição, foram realizadas 26 trocas de treinador. Em 2021, ao todo, 20 mudanças foram concretizadas.
Julio Casares, presidente do São Paulo, afirmou que a ideia não funcionou. “O clube deve ter liberdade. É uma questão de mercado e liberalidade profissional das partes. Quem regula deve ser o mercado”, afirmou o dirigente ao Estadão.
Marcelo Paz, mandatário do Fortaleza, adota raciocínio semelhante. “A regra não diminuiu o número de demissões e criou o expediente do ‘comum acordo’, algo questionável. Estamos no livre mercado. Os clubes precisam de liberdade para contratar e demitir e arcar com o ônus das mudanças. Não deveria ter mudado”, afirma.