O presidente da Sociedade Recreativa e de Esportes de Ribeirão Preto (Recra), Aguinaldo Rodrigues, disse nesta terça-feira, 21 de novembro, que nenhuma pessoa jurídica ou física apresentou proposta para a hasta pública do clube de campo. A decisão havia sido tomada pela juíza Roberta Jacopeti Bonemer, da 3ª Vara do Trabalho, que estabeleceu valor de R$ 21,22 milhões pela área e suas benfeitorias. Parte desse dinheiro, caso houvesse proposta, seria destinada ao pagamento de 180 ações trabalhistas que totalizam R$ 10 milhões. “Foi ótimo”, comemorou Rodrigues.
Segundo ele, o clube terá tempo para tentar negociar com os credores o pagamento parcelado da dívida. O dinheiro viria de uma ação colaborativa entre os sócios remidos e no aumento na mensalidade para suprir o déficit de caixa. Ainda há a possibilidade de a juíza estabelecer uma segunda data para a apresentação de propostas. “Vamos buscar esse acordo e aguardar pela homologação judicial para que possamos dar início a essa meta”, disse Aguinaldo Rodrigues, que planeja pagar primeiramente aqueles que têm menores valores a receber.
O valor estimado da propriedade de quase 250 mil metros quadrados é de R$ 35,37 milhões, mas o lance mínimo era de R$ 21,22 milhões. Independentemente do trânsito em julgado, a magistrada determinou a imediata alienação particular do clube, pelo valor mínimo inicial de 60% da avaliação.
Fundada em 1906, a Recra é um dos clubes mais tradicionais de Ribeirão Preto e chegou a ter 12 mil sócios – hoje teria cerca de quatro mil. A entidade ficou conhecida nacionalmente com a equipe de vôlei feminino, campeã da Liga Nacional em 1994. O número de associados despencou e o título do clube, que chegou a custar R$ 10 mil e só podia ser adquirido por indicação, passou a ser vendido por R$ 1,2 mil.