Tribuna Ribeirão
Política

Ciro diz que Wagner corre risco de ser mal entendido

O ex-ministro e pré-candidato a presidente da República, Ciro Gomes (PDT), agradeceu nesta quarta-feira, 2, o ex-governador da Bahia e ex­-ministro Jaques Wagner por ter co­gitado um apoio do PT a ele, com a indicação do nome do vice em uma possível coligação com o pedetista na eleição deste ano. Ciro disse que Wagner foi instigado pela imprensa a admitir essa possibilidade e repe­tiu que o PT tem o seu momento e que precisa ser respeitado.

“Quero fazer uma manifestação de muita gratidão e carinho ao meu amigo Jaques Wagner, pois quando ele, perguntado pela imprensa, faz essa cogitação, corre risco de ser mal entendido”, disse. “O fato real e concreto é que temos que aceitar, compreender e respeitar o tempo do PT. Não é simples, não é trivial o mo­mento pelo qual o PT e sua principal liderança (Lula) está passando”, com­pletou Ciro em entrevista durante a 25ª Agrishow, em Ribeirão Preto.

Ciro disse seguir conversando com representantes de todos os partidos e afastou a possibilidade de uma aliança ampla de esquerda ocorrer antes de julho, quando as candidaturas serão oficializadas. O pedetista afirmou ser amigo de al­guns pré-candidatos a presidente e citou Marina Silva (Rede), Guilher­me Boulos (PSOL), Manuela D’Ávila (PCdoB) e Geraldo Alckmin (PSDB), com quem dividiu o voo comercial que os trouxe para a visita a Ribei­rão Preto. “Viajei junto com Alckmin, conversamos e perguntamos sobre as nossas respectivas famílias. Já propus ao Alckmin a formação de uma associação dos candidatos a presidente. Por regra, sou amigo de quase todos”, brincou.

Indagado se é amigo do depu­tado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), Ciro emendou: “já fui colega dele e não sei se somos amigos. Mas éramos”. O pré-candidato do PDT a presiden­te disse não conhecer pessoalmente Joaquim Barbosa, cogitado para ser o nome do PSB à disputa, mas ava­liou que a razão da notoriedade do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), “tirando outros méri­tos, é que ele passou mais de um ano em horário nobre nas TVs comerciais combatendo a corrupção no caso do mensalão e combate à corrupção é grande demanda do povo brasileiro”.

Sobre o presidente Michel Te­mer, que visitará a Agrishow ama­nhã cedo, Ciro afirmou que ele “é o presidente mais impopular da his­tória do Brasil (…), é um golpista que usurpou o poder sem ser pelo voto e é processado por formação de qua­drilha e corrupção dentro do Palá­cio do Planalto”. Por isso, de acordo com o ex-ministro, “mesmo com as pessoas aqui (na Agrishow) com de­licadeza e hospitalidade, ele sempre encontrará uma expressão de desa­grado do povo, merecidamente.”

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