A partir desta quinta-feira (6) e até 19 de junho, salas de exibição espalhadas por mais de 80 cidades brasileiras recebem o Festival Varilux de Cinema Francês de 2019 com seus 17 filmes participantes, incluindo um clássico – “Cyrano de Bergerac”, com Gérard Depardieu, Anne Brochet, Vincent Perez e Jacques Weber e direção de Jean -Paul Rappeneau.
Os maiores astros do cinema francês estarão presentes na seleção: o público poderá conferir os mais recentes trabalhos de Adèle Haenel, Swann Arlaud, François Civil, Juliette Binoche, entre outros. O Festival Varilux, que em 2018 levou 172 mil pessoas aos cinemas, repete o formato do ano passado com duas semanas de exibição.
Em Ribeirão Preto, a exibição será na sala da rede Cinépolis no Shopping Santa Úrsula, na rua São José nº 933, Higienópolis, região central. Serão quatro sessões por dia, às 14 horas, às 16h30, às 19 horas e às 21h30 – a programação completa e a grade com os horários de cada filme estão no site http://variluxcinefrances. com/2019.
Em 2010, o 1º Festival Varilux do Cinema Francês no Brasil foi realizado em onze salas de nove cidades e atingiu a marca de 25 mil espectadores. No ano passado, foram 118 salas de 88 cidades e o público disparou para 172 mil espectadores. Em 2019, quando se celebra a décima edição, a meta, ampliando-se o número de cidades e salas – ainda está sendo fechado – é chegar a um milhão de espectadores no total.
Coincidentemente, um dos lançamentos é “Cyrano Mon Amour”, que conta a história do criador do narigudo genial, Edmond Rostand. A seleção de títulos é formada por filmes que têm distribuição garantida no País, e o ponto é permitir que o cinéfilo os veja logo, sem ter de esperar meses pelo lançamento comercial. Para garantir o glamour, a empresa produtora do festival, a Bonfilm de Christian Boudier, organizou uma delegação de artistas que acompanha as obras selecionadas.
A partir desta quinta-feira, a delegação de atores e atrizes franceses concede entrevistas individuais no Rio de janeiro e debate os filmes em salas. Entre os integrantes estão os diretores Pierre Scholler, de “A Revolução em Paris”, e Alexis Michalik, do novo “Cyrano”, e também atores como Swann Arlaud de “Graças a Deus”, de François Ozon, premiado em Berlim, em fevereiro e que também compartilha com Joséphine Japy o elenco de “Amor à Segunda Vista”, de Hugo Gélin.
Pierre Scholler trabalhou seis anos em seu épico sobre a gênese da Revolução Francesa com Louis Garrel, Adèle Haenel, Gaspard Ulliel e Denis Lavant. Louis, filho de Philippe Garrel, também interpreta e dirige um dos filmes imperdíveis dessa programação – “Um Homem Fiel”. Herdeiro, como o pai, da tradição da nouvelle vague, Louis Garrel baseia-se livremente em “As Ligações Perigosas”, de Choderlos de Laclos.
Sua curta filmografia – curtas, um média e o longa “Dois Amigos” – é bem coerente. Seus personagens nos longas têm o mesmo nome, e não é mera coincidência – Abel. Interessa-lhe criar heróis de perfil romântico, mas com intenções críticas. Louis tem o pé na modernidade.
Dois filmes fortes sobre abuso infantil – “Graças a Deus”, de François Ozon, e “Inocência Roubada”, de Andréa Bescond e Éric Métayer – vão dar o que falar. A mulher moderna é retratada em “Quem Você Pensa que Sou?”, de Safy Nebbou, em que Juliette Binoche cria perfil de garota nas redes sociais para seduzir jovem de 24 anos, e “Filhas do Sol”, de Eva Husson, tema explosivo, mas realização um tanto débil, sobre mulheres no Curdistão.
Sucesso de público na França com mais de 665 mil espectadores e vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim 2018, “Graças a Deus” (California Filmes), retrata o famoso caso do padre acusado de molestar dezenas de meninos entre os anos 1980 e 1990. Na história, Alexandre (Melvil Poupaud) vive em Lyon com a esposa e os filhos quando descobre que o padre que abusou dele quando era escoteiro, ainda trabalha com crianças.
Por causa disso, inicia um movimento com outras vítimas do padre: Emmanuel, interpretado por Arlaud, e François (Denis Ménochet), para vir a público e buscar justiça. Baseado em uma história real, o longa estreou na França em fevereiro, dias antes do julgamento do cardeal francês Philippe Barbarin, condenado por seu silêncio sobre os atos cometidos pelo sacerdote de sua diocese.
Asterix
Para a garotada, a atração é “Asterix e o Segredo da Poção Mágica”. Asterix e Obelix precisam ajudar o velho druida Panoramix a encontrar um novo guardião para a poção mágica da Gália. Durante a viagem pela região, eles devem impedir que a receita mágica caia em mãos erradas, dando início a uma inesperada aventura.