Tribuna Ribeirão
Ciência e Tecnologia

Cientistas criam neurônios capazes de reparar danos do Alzheimer

Cientistas criaram neurônios artificiais capazes de reparar danos causados pelo Alzheimer e outras doenças degenerativas quando implantados no cérebro. O estudo, desenvolvido na Universidade de Bath, no Reino Unido, foi publicado nesta semana na revista Nature Communications.

Os pesquisadores configuraram um chip de silício para responder da mesma forma que um neurônio biológico quando acionado pelo sistema nervoso. O teste, feito em ratos, mostrou que os cientistas conseguiram, com sucesso, copiar as respostas naturais dos neurônios respiratórios e do hipocampo. O estudo ainda não foi feito em humanos. Menor que a ponta de um dedo, o chip pode ajudar no tratamento de doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, além de insuficiência cardíaca.

De acordo com os cientistas, essa abordagem oferece uma rota para reparar circuitos biológicos doentes e emular sua função com implantes biomédicos que se adaptam ao organismo. Os neurônios são células altamente especializadas que transmitem impulsos nervosos, permitindo a comunicação entre as partes do corpo. São o principal componente do cérebro, medula espinhal e sistema nervoso, além de estarem presentes também ao redor do coração.Reprodução

O uso de microcircuitos se torna comum e necessário com a evolução da medicina bioeletrônica. Sua capacidade de imitar as respostas naturais do corpo humano é algo muito buscado na ciência. Contudo, programá-los para que ajam corretamente é o maior desafio. Isso mostra como o estudo da Universidade de Bath pode ajudar no desenvolvimento de novas técnicas medicinais.

“Nosso trabalho está mudando paradigmas porque fornece um método robusto para reproduzir as propriedades elétricas de neurônios reais em mínimos detalhes”, disse o professor Alain Nogaret, um dos autores da pesquisa, em entrevista coletiva. “Criamos modelos físicos do hardware e demonstramos sua capacidade de imitar com êxito o comportamento de neurônios vivos reais. Nossa terceira inovação é a versatilidade do nosso modelo, que permite a inclusão de diferentes tipos e funções de uma variedade de neurônios de mamíferos complexos”.

Via: Nature Communications

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