O Diretório de São Paulo do Partido Cidadania decidiu na segunda-feira, 22 de novembro, por 27 votos a três, expulsar da agremiação o deputado estadual Fernando Cury, flagrado por câmeras da Assembleia Legislativa (Alesp) apalpando, em plenário, a colega Isa Penna, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
O Conselho de Ética Nacional do Cidadania já havia se manifestado pela expulsão, mas o parlamentar conseguiu atrasar o procedimento recorrendo ao Judiciário. Vídeo gravado por câmera da Alesp, no dia 16 de dezembro de 2020, mostra Cury passando a mão no seio de Isa Penna durante sessão extraordinária para votar o Orçamento do estado.
A deputada registrou boletim de ocorrência contra o deputado por importunação sexual e disse que seguirá na luta para que não haja espaço para outros assediadores. “Hoje o partido Cidadania não respondeu a mim, não respondeu ao Fernando Cury. Hoje o Cidadania respondeu a todas mulheres que se sentiram assediadas junto comigo há quase um ano atrás. Sou uma deputada e entendo a demora desse resultado”, diz Isa Penna, em nota.
“A demora, no entanto, sempre me faz pensar nas mulheres que nunca verão seus assediadores sendo punidos – seja porque não há respostas efetivas das instituições. Eu seguirei na luta para que não haja espaço para outros Fernando Cury, um exemplo do que não se deve fazer nem com as câmeras televisionando tudo, nem nos corredores de ônibus, nos becos, vielas, nos espaços de trabalho e nos lares do Brasil”, emenda.
A deputada disse ainda que a decisão era uma “vitória feminista”. “Afinal um homem eleito deve (ou deveria) entender que assédio é assédio. Que o Fernando Cury entenda que ele não responde mais a mim e sim à sociedade e ao ministério público”, finaliza.
Deputado
O deputado Fernando Cury diz, em nota, que o processo de desligamento está atropelando o devido processo legal para criar um fato político. “Em relação à reunião marcada pelo Cidadania hoje para oficializar meu processo de desligamento do partido, afirmo que, no meu entendimento, esse processo está, mais uma vez, atropelando o devido processo legal para criar um fato político”.