Finalmente choveu pra valer em Ribeirão Preto. Nesta quinta-feira, 7 de outubro, grande parte dos 720.116 moradores da cidade retirou guarda-chuva e capa do armário. Ainda não foi preciso apelar ao agasalho, cachecol, luva, meia de lã, cobertor e edredom, já que a frente fria provocou queda de temperatura, mas o calor ainda predomina.
Alguns pontos de Ribeirão Preto registraram alagamento ontem, como a alça de acesso à rua Raul Pompeia, na esquina com a São Francisco, na Vila Albertina, Zona Norte. Perto dali, no trecho da avenida Eduardo Andrea Matarazzo, a Via Norte, a água tomou conta das pistas e impossibilitou a passagem dos carros.
Na avenida Dom Pedro I, no Ipiranga, fortes enxurradas tomaram conta de parte do asfalto e subiram as calçadas, causando transtornos para quem trabalha nas lojas. Moradores também registraram ruas tomadas por fortes enxurradas na região do Parque Tom Jobim, no Jardim Procópio, também na Zona Norte da cidade.
A Defesa Civil do Estado de São Paulo emitiu alerta amarelo para as chuvas intensas na região, com possibilidade de tempestades. Segundo o Climatempo, para esta quinta-feira eram esperados doze milímetros de chuva em Ribeirão Preto, mas o volume chegou a 54 milímetros.
Desde fevereiro não chovia na cidade com tanta intensidade. Ao meio-dia, a umidade relativa do ar estava em 90%, depois de passar meses abaixo de 30%. A temperatura chegou a 21 graus Celsius no mesmo horário. A previsão para ontem era de máxima de 31ºC e mínima de 22ºC, com a umidade oscilando entre 25% e 66%, teto que foi superado no início da tarde.
Para esta sexta-feira (8), a previsão é de pancadas de chuva à tarde. A possibilidade de a cidade ter temporal é de 90%. São esperados oito milímetros de chuva. Os termômetros devem marcar entre 20º e 30º, com a umidade oscilando entre 35% e 80%.
No sábado (9), de acordo com o Climatempo, a expectativa é de 25 milímetros de chuva, com temperatura entre 21º e 31º e umidade entre 29% e 76%. Mas esse quadro pode mudar caso a frente fria se dissipe. Porém, a previsão é que este cenário seja mantido pelos próximos dez dias, com chuvas esparsas.
Também há previsão de água pra o domingo (10), de 20 milímetros, temperatura entre 20º e 28º e umidade oscilando de 48% a 83%. O instituto ainda prevê que a semana vai começar com muita chuva em Ribeirão Preto.
São esperados 30 milímetros na segunda-feira (11), com os termômetros marcando entre 21º e 26º e umidade entre 53% e 95%. A frente fria deixar a região na terça-feira. Porém, todo este cenário pode mudar no decorrer dos próximos dias. Em 21 de setembro, no final da primavera, Ribeirão Preto registrou o dia mais quente do ano.
Entre 13 e 14 horas, os termômetros marcavam 39 graus Celsius. A sensação térmica era ainda pior. A umidade chegou a 15%. A taxa ideal é de 60%, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Abaixo de 30% o município entra em estado de atenção e quando o índice é inferior a 20% a situação é de alerta. Abaixo de 12% já é considerado um caso de emergência.
De acordo com a Companhia de Tecnologia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que mantém uma estação no Parque Maurílio Biagi, Ribeirão Preto vinha registrando o pior índice de qualidade do ar entre as cidades paulistas. Já esteve “ruim”, “muito ruim” e “péssima” no inverno, agravando a situação de quem tem problemas respiratórios. Ontem, porém, estava “boa” desde a madrugada. Isso não acontecia havia três meses.
No dia 6 de setembro, a cidade registrou o menor nível de qualidade do ar em 70 anos (“péssima”). Também foi a pior qualidade do ar verificada em todo o Estado. Trechos de rodovias foram interditados nos últimos dias por causa de incêndios. A Lagoa do Saibro, na Zona Leste de Ribeirão Preto, área de recarga do Aquífero Guarani, chegou a secar com a onda de calor.