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Choro de qualidade na Praça XV

Quem passa a noite pela Praça XV de Novembro, no Centro de Ribeirão Preto, às segundas-feiras tem uma grata surpresa. É a Roda de Choro, um projeto do Cho­ro da Casa, que existe desde agosto de 2016. Apesar de estar próximo de completar dois anos, muitas pessoas se surpreendem semanalmente com a boa música que é apre­sentada nas proximidades do relógio da praça, o ponto de referência, sempre iniciando por volta das 20h30.

Se as apresentações têm quase dois anos, o Choro da Casa nasceu um pouco antes. Foi em 2012, com o Primeiro Festival de Choro de Ribeirão Preto. “Começamos como um simples grupo de estudo e nos transformamos em um grande projeto”, diz o músi­co Alexandre Gonçalves, um dos idealizadores.

 

Gonçalves ressalta que a motivação do projeto é tonar o choro acessível à popula­ção. “O choro é rico e tradi­cional. É uma série de ações culturais com o objetivo de transformar, educar, ensinar e propagar a nossa música”, acrescenta. “Estamos pro­movendo e disseminando o que temos de mais rico na produção da música popular brasileira, o choro. A alma da música do Brasil”.

Além da Roda de Choro, o Choro da Casa realiza ou­tras ações, como oficinas de músicas com aulas de grupo cavaquinho, pandeiro e vio­lão. As aulas são ministradas no Centro Cultural Palace.

 

O projeto realiza ainda concertos didáticos duas ve­zes por semestre no Theatro Pedro II. “Fazemos visitas musicais em entidades como hospitais, casa de repouso, escolas, posto de saúde e ou­tros”, completa Gonçalves.

Outra ferramenta do pro­jeto para divulgar o estilo musical é o Festival de Choro (ver nessa página) que acon­tece em julho há oito anos. “O festival reúne os maiores nomes do choro do Brasil”, ressalta o músico.

Gonçalves diz que as se­mentes plantadas estão dan­do frutos. “Cada vez mais crianças, adolescentes, jo­vens, adultos e idosos são atraídos por essas ações, e, diga-se de passagem, so­mente por meio do choro é possível reunir todas essas gerações no mesmo espaço”, comemora. “Nosso objetivo é ampliar cada vez mais as ações culturais no sentido de promover o choro de forma democrática para todos os cidadãos e contribuir para os fundamentos educacionais e profissionais”, salienta.

O músico ressalta que todas as atividades são gra­tuitas. “Não contamos com nenhum patrocínio. Fazemos por amor e pela missão de educar e levar nossa música. O povo tem o direto de aces­so a sua própria cultura, pois nossa mídia somente difunde o que é comercial e nossa es­sência fica no esquecimento das pessoas”, finaliza.


Fim dos Chorinhos tradicionais
Os Rouxinóis e Sexteto Colibri são dois grupos sempre lembrados pelos amantes do Choro em Ribeirão Preto, assim como projetos tradicionais que deixaram de existir como o Café com Chorinho nos museus Histórico e do Café, no Campus da USP e o Ribeirão das Serestas, com apresentações nas últimas sextas-feiras de cada mês na Praça Sete de Setembro.

O músico Gilberto Gomide, o Giba do Pandeiro, integrante do Sex­teto Colibri diz que os dois grupos tradicionais não se apresentam mais, desde então, e que cada um procura seguir em frente com o chorinho. Giba faz apresentações em bares da cidade com a forma­ção Choro A2 e Giba do Pandeiro. “Temos apresentações fixas no Stream Palace e no Damasco”, diz.

Sobre o Sexteto Colibri ele adianta que uma apresentação está marcada para 12 de novembro do Theatro Pedro II. “Vai ser um bom momento de reunir e apresentar boas músicas”.

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