A província chinesa de Hubei, epicentro da epidemia do novo coronavírus (2019-nCoV), sua capital é Wuhan, registrou 69 novas mortes nesta quinta-feira (6). Com isso, são 637 óbitos no país. Outros 2.447 casos foram confirmados apenas na região mais afetada, totalizando mais de 31.211 mil em toda a China.
Hubei registrou 22.112 casos do novo coronavírus desde o início da epidemia. Estão em tratamento no hospital 15.804 pessoas e outras 64.057 estão em observação. O médico chinês que teve problemas com as autoridades por alertar sobre o novo coronavírus morreu nesta quinta-feira, após ter sido infectado com a doença.
O Hospital Central Wuhan informou através de suas redes sociais que o médico Li Wenliang, que era oftalmologista e tinha 34 anos, “infelizmente contraiu a infecção durante a luta contra a epidemia de pneumonia”. “Lamentamos profundamente”. Li foi repreendido pela polícia local por “espalhar boatos” sobre a doença no final de dezembro, segundo a imprensa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que, embora ainda não haja evidências de que o surto de coronavírus chegou ao pico, esta quinta-feira foi a primeira vez em que houve uma redução de casos na China em relação ao dia anterior. Em entrevista coletiva, representantes da entidade disseram que a situação está estabilizada fora da província chinesa de Hubei.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, revelou que, fora do país asiático, há 225 casos confirmados da doença, em 24 países, com duas mortes fora da China Continental, reportada em Hong Kong e nas Filipinas. Segundo Tedros, não é possível inferir que o governo chinês tem escondido o quadro real da epidemia.
O médico etíope destacou ainda que a Organização pede US$ 675 milhões em doações para conter a disseminação do vírus. De acordo com ele, o Japão já contribuiu com US$ 10 milhões e a Fundação Gates também fez um aporte “generoso”.
Autoridades sanitárias do Japão informam que foi confirmada a infecção pelo novo coronavírus de mais dez pessoas em um navio de cruzeiro atracado em Yokohama, nas proximidades de Tóquio, elevando para 20 o número total de casos na embarcação.
Cerca de 3.700 passageiros e a tripulação a bordo do Diamond Princess foram postos em quarentena após um homem de Hong Kong ter tido a infecção pelo vírus confirmada, pouco após desembarcar em sua cidade natal. Autoridades sanitárias vêm testando amostras de 120 pessoas que apresentaram sintomas como febre e tosse, e de mais 153 pessoas que tiveram contato próximo com aquelas que apresentam sintomas.
Todos os dez novos casos foram confirmados em passageiros nas faixas dos 50 a 70 anos. Quatro deles são japoneses. Há ainda dois americanos e dois canadenses, além de um neozelandês e um taiwanês.