Tribuna Ribeirão
Economia

Cheque especial com custo menor

A Federação Brasileira de Ban­cos (Febraban) confirmou a inicia­tiva de autorregulação do cheque especial com objetivo de redução do custo dessa linha de crédito aos clientes. A ação foi anunciada nesta terça-feira, 16 de janeiro, pelo presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn. Segundo a entidade que representa as instituições fi­nanceiras, a intenção é divulgar as propostas ainda este ano.

Em nota, a Federação diz que o cheque especial faz parte de um conjunto de ações estu­dadas pelo setor para “melhorar o ambiente de crédito no País”. “A Febraban elabora propostas para melhorar o instrumento e as anunciará, neste ano, quando fo­rem concluídas”, cita a entidade. A nota argumenta que bancos “tra­balham continuamente para ga­rantir uma redução estrutural do spread bruto – a diferença entre as taxas cobradas nas concessões de crédito e as taxas de captação das instituições financeiras”.

“O cheque especial é um ins­trumento que tem de ser estudado e a Federação Brasileira dos Ban­cos (Febraban) está avaliando mu­danças”, disse Ilan. “A gente está de olho e, às vezes, é bom que o BC não precise editar norma nenhu­ma e deixe o sistema fazer”, disse. No entanto, segundo ele, se a ini­ciativa não avançar, o BC adotará medidas para reduzir as taxas.

No ano passado, o governo já havia determinado mudanças nas regras do rotativo do cartão de crédito para evitar o aumen­to da dívida. Com a mudança, o consumidor só pode fazer o pagamento mínimo de 15% do cartão por um mês. Na fatura seguinte, o banco não pode mais rodar a dívida. Ou o cliente paga o valor total ou precisa parcelar a dívida em outra linha de crédito. Ou seja, a dívida só pode “rodar” uma vez. A restrição foi criada para coibir o uso do rotativo e obri­gar os bancos a oferecerem uma solução de parcelamento para o cartão com juros mais baixos.

Agora, para o cheque especial, o governo está propondo uma “au­torregulação”. A ideia é também oferecer uma “porta de saída” para o cliente, com alongamento de prazos da dívida e juros menores em um nova modalidade, como o parcelamento no cartão ou no cré­dito pessoal. Atualmente, o cheque especial tem o segundo maior juro entre as operações para pessoas físicas. Em novembro, bancos co­braram média de 323,7% ao ano. Isso faz com que o uso de R$ 1 mil do limite da conta se transforme em R$ 4.237 após um ano.

A operação mais cara do sis­tema financeiro é o crédito rota­tivo pago em atraso, o chamado “não regular”, cujo juro ficou em 410,4% ao ano em novembro. Essa transação não foi afetada pelas no­vas regras do cartão de crédito. Quase um quinto dos clientes usa o cheque especial por várias sema­nas seguidas. Dos R$ 24,6 bilhões emprestados pelos bancos nessa operação no fim de novembro, 14,2% – cerca de R$ 3,5 bilhões – estavam usando o limite da conta há pelo menos 90 dias seguidos.

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