Tribuna Ribeirão
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Cheguei às raias da incredulidade…

Esta semana li em uma publicação semanal, uma notí­cia que considero estarrecedora: “O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo está abrindo concurso com 310 vagas para juiz substituto em todo o Estado. Os salários são de R$24.818,71.” E mais: os interessados deverão ser bacharéis em Direito há pelo menos três anos, e, além disto ter ativi­dade jurídica também há três anos, até a data da inscrição definitiva que termina em primeiro de agosto de 2019.

Enquanto isto, um professor devidamente licenciado nas matérias específicas e em função dos diversos conhecimentos adquiridos, também em disciplinas correlatas, deverá, caso se aventure a lecionar receber de 1/10 a 1/8 dos proventos iniciais apresentados acima. E aqueles mestres que já tenham alguns anos de salas de aula? Não pense caro(a) leitor(a) que tem algum privilégio financeiro… Talvez algum bônus esco­lhido por não sei quem que não é válido para os profissionais da Educação já aposentados!

Além do mais, a eles não são fornecidos quaisquer bene­fícios semelhantes aos seres togados, como auxílio moradia, veículos para sua locomoção, etc, que de um modo geral os juízes recebem.

Os “chefetes politicoides”e os “chefetes educacionais”, aqueles que trabalham em salas com ar condicionado e uma secretária à disposição, com suas enormes capacidades inte­lectuais, comparam o número de magistrados com o número de profissionais do magistério, mostrando que a quantidade destes últimos é muito maior!

Caso os chefetes supramencionados ao menos soubessem calcular, se bem que isto é pedir demais a eles, poderiam per­ceber que o dinheiro aplicado no magistério iria reduzir dras­ticamente os gastos com a Justiça, com os presídios, bolsas presidiários ou outro nome que se dêa este gasto público e até com a necessidade de policiamento das escolas que ultima­mente vêm sofrendo atos de vandalismo para não comentar a agressão sofrida por professores em sala de aula.

O que falta senhores ditos governantes de todos os segmentos de nossa “Terra Brasilis” é investimento sério e organizado na Educação que se inicia com bons salários aos profissionais do ensino como aqueles que eu recebia quando iniciei meu árduo caminho em salas de aula no início de 1960 que era equiparado aos daqueles que comentei em negrito no início desta crônica.
Quem sabe uma mudança de chefetes politicoides e edu­cacionais por verdadeiros profissionais das áreas educacionais e de administração pública possam fazer o país sair da posi­ção mundial vergonhosa que vem tendo no ranking educa­cional mundial. TIREMOS NOSSA TÃO SOFRIDA “TERRA BRASILIS” DO MARASMO DAS HIPOCRISIAS…

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