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Chapadinha na história

RAUL RAMOS/JORNAL TRIBUNA

Todos os anos a Copa São Paulo tem muitas histórias para contar. Em 2022, no ano de retorno da competição, que não aconteceu ano pas­sado por conta da pandemia, a grande história que vai se desenhando é a do modesto Chapadinha, do Maranhão, que está na sede de Cravi­nhos – Região Metropolitana de Ribeirão Preto.

Virada de ano dentro do ônibus, três dias de estrada e mais de 2.600 quilômetros percorridos. Só por isso a tra­jetória do time maranhense já ficaria marcada. Mas eles que­rem mais, querem ficar crava­dos na história da competição.

Ryan, meio-campista, deu detalhes da viagem, que ocor­reu durante o Réveillon. Para ele, o esforço foi por ele e os companheiros. “Passar três dias de viagem, dormindo mal, é complicado, mas te­mos que encarar isso como superação”, afirmou Ryan.

Chapadinha ganhou apoio do torcedor da cidade de Cravinhos

A missão está sendo cum­prida, vitória diante do cabe­ça de chave Criciúma, empate com o Comercial e classifica­ção encaminhada para a pró­xima fase da competição. Os dois gols do Chapadinha na Copinha foram marcados de pênalti, anotados pelo capi­tão da equipe Richardson.

Técnico da equipe, Eugê­nio Júnior falou sobre a traje­tória do time. Ele comemorou a oportunidade de participar da Copinha e destacou a vitó­ria diante do Criciúma.

“Só de estar na Copa São Paulo já é uma alegria para nós, ainda mais conseguindo ganhar de uma equipe gran­de como a do Criciúma. A fe­licidade é imensa, ainda mais com essa possibilidade real que a gente tem de se classifi­car”, contou o treinador.

O trabalho de Eugênio vai além das quatro linhas. Filho de um ex-presidente do Moto Club, time tradicional do Ma­ranhão, o treinador sempre teve o futebol na veia. Em 2010, tentando melhorar o trabalho de formação no esta­do, Eugênio fundou o projeto Comercial Esporte Clube.

O Chapadinha, clube pro­fissional do Maranhão, está com suas atividades parali­sadas e não participa atual­mente de competições. O Co­mercial, time fundando por Eugênio, tem um trabalho forte de categorias de base.

Richardson, capitão do time, fez os dois gols do Chapadinha na Copinha

O útil foi unido ao agra­dável e as equipes fecharam uma parceria. Os garotos do Comercial Esporte Clube vieram para a Copa São Pau­lo representando o nome do Chapadinha, por conta dos registros profissionais que faltavam ao time criado por Eugênio.

“Nós começamos com um projeto social, querendo dar oportunidade para a garota­da. Quando eu vi que a gente entendia do assunto, come­çamos a nos profissionalizar mais, começamos a ganhar competições dentro e fora do estado e o projeto foi crescen­do. Viemos para a Copinha em 2019, não pontuamos, e sentimos que evoluímos e viemos para 2022. Agora te­mos chances claras de classi­ficação”, disse Eugênio.

Após vencer o Criciú­ma por 1 a 0 e empatar com o Leão do Norte em 1 a 1, o Chapadinha está a um ponto de marcar seu nome na his­tória. O clube maranhense também pode se classificar mesmo em caso de derrota, já que o Comercial precisa vencer o Criciúma e ainda tirar um saldo de três gols negativos em relação ao Cha­padinha.

“Se a gente conseguir se classificar será um sentimen­to ímpar, a gente trabalhou muito para isso, desde 2019, quando a gente participou, teve a experiência, e agora voltamos com mais bagagem. A expectativa pela classifi­cação é muito grande. Tudo o que a gente passou é um aprendizado. Estamos apro­veitando muito essa oportu­nidade”, relembrou o coman­dante do Chapadinha.

“A gente dá o treino, dá um suporte pra eles duran­te o treino, mas a gente não sabe se quando eles chegarem em casa vão ter o que comer, como vão comer, então essas coisas nos dão força para che­gar aqui e entregar o nosso melhor”, concluiu.

A missão do Chapadinha continua neste domingo. O clube fecha sua participação na primeira fase da Copa SP diante do Nova Iguaçu, líder do grupo e já classificado para a próxima fase.

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