De tempos em tempos, a região Nordeste tem o incrível dom de apresentar aos brasileiros (e ao mundo) uma nova maravilha turística. É o caso da Chapada das Mesas, no sul do Maranhão, que nos últimos anos começou a entrar no radar de quem ama o contato com a natureza por ostentar centenas de cavernas inexploradas, cachoeiras imensas, cânions e piscinas naturais de águas esplendorosamente azuis e límpidas. Um conjunto de belezas, ideais tanto para contemplação como para a prática de atividades de aventura, que já pode ser conhecido com a Visual Turismo, que acaba de lançar um roteiro para lá.
Acessada por municípios como Carolina, uma típica cidadezinha do interior nordestino, onde a simplicidade e a simpatia dos moradores dão o tom, a Chapada das Mesas tem esse nome por conta do formato de suas imponentes formações rochosas, que têm milhões de anos e se assemelham a mesas de tão planas que são.
É se embrenhando nesse lugar de geografia singular que o visitante descobrirá os segredos de um oásis no coração do cerrado: centenas de cachoeiras com quedas-d’ agua que atingem 50 metros de altura, encravadas entre paredões rochosos, que dividem a atenção com áreas de floresta, serras, cânions, cavernas com pinturas rupestres e poços naturais de águas cristalinas, que rendem deliciosos banhos entre uma trilha e outra. Um lugar que convida a caminhadas contemplativas e a atividades “adrenalizantes”, como rapel e rafting.
Entre os lugares visitados estão as piscinas naturais de Poço Azul e Encanto Azul – que, como diz o nome, ostentam coloração azulada –, cachoeiras, o Parque Nacional da Chapada das Mesas, o Complexo Turístico de Pedra Caída, o Portal da Chapada, que guarda um mirante natural, e navegação no Rio Tocantins para contemplação do pôr do sol, além de um trekking de dez quilômetros com direito a piquenique.
O Parque Nacional da Chapada das Mesas é uma área de proteção ambiental que abrange 160 mil hectares de cerrado nos municípios de Carolina, Riachão , Estreito e Imperatriz, no centro-sul do Maranhão. De acordo com o diretor de ecossistemas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Valmir Ortega, a criação do parque faz parte do esforço dos órgãos ambientais do governo federal para elevar a área protegida no cerrado.
Pouco mais de 2,5% do bioma está resguardado em unidades de conservação federais e estaduais. Conforme Ortega, a pressão para novos desmatamentos impulsionados por carvoarias e abertura de novas frentes para a agropecuária é muito forte. “É uma corrida contra o tempo para salvar grandes remanescentes”, ressalta. A região que agora está abrigada dentro do Parque Nacional é extremamente rica em espécies de animais e de plantas, sem falar no alto potencial turístico em decorrência das belezas naturais da Chapada das Mesas.
Os planos do governo incluem a criação de novas áreas protegidas no Maranhão, formando um “mosaico” com parques e reservas estaduais e federais e terras indígenas. A criação do parque era debatida e avaliada desde 2004, mas ganhou força no início deste ano com a realização de estudos de campo que comprovaram o valor ecológico, social, econômico e cultural da região.