A intensificação dos descontos de véspera do Natal reduziu os preços da cesta natalina em 7,25% na média nacional. A maior queda foi registrada em aves natalinas, panetones e sidras. O valor médio passou de R$ 345,83 para R$ 320,76, economia de R$ 25,07. A pesquisa foi divulgada nesta quinta-feira, 19 de dezembro, pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
A maior redução ocorre na região Sul (-11%), seguida do Centro-Oeste (-9,75%), Nordeste (-9%) e Sudeste (-7,5%). Já no Norte, os preços apresentam alta de 1,5%, devido as questões logísticas que pressionaram os custos, especialmente em itens como aves e azeite.
A pesquisa – que abrange produtos de marcas próprias dos supermercados, marcas regionais e tradicionais, incluindo aves natalinas, azeite, caixas de bombons, espumantes, lombos, panetones, pernis, perus, sidras e tender – foi realizada entre os dias 12 e 17 de dezembro.
Além das ofertas, o aumento no consumo às vésperas do Natal é impulsionado ainda pela entrada de 200 mil novos domicílios no Bolsa Família, chegando a 20,81 milhões de lares contemplados, com valor médio de R$ 678,36, com um total de 54,37 milhões de pessoas beneficiadas pela transferência de renda.
O benefício, que está sendo pago entre os dias 10 e 23 de dezembro. Também estão previstos o pagamento do Auxílio-Gás, com um montante de R$ 570,6 milhões, e a segunda parcela do décimo terceiro salário, que deverá ser quitada até esta sexta-feira, 20 de dezembro.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário extra injetará R$ 321,4 bilhões na economia neste ano. Em média, cada trabalhador deverá receber R$ 3.096,78. Essas datas valem apenas para os trabalhadores na ativa.
Os números da Abras confrontam os do levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), realizado com base nas informações do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa mostra que a inflação de itens como batata, azeite, arroz e alho, ao longo de 2024, são as maiores responsáveis pelo encarecimento de 9,54%, em comparação com o fim do ano passado, da cesta de alimentos que integra o jantar natalino. É uma taxa acima até mesmo da inflação geral do país, que, no acumulado dos últimos doze meses até novembro, ficou em 4,87%.
Batata salgada – A batata-inglesa será, de longe, o item mais caro da ceia de Natal dos brasileiros, uma vez que subiu 30,82% em um ano, segundo levantamento da FecomercioSP. Na sequência, o preço do azeite de oliva – fundamental para boa parte das receitas dessa época – ficou 28,58% maior.
Outros “vilões” da cesta são o leite (alta de 21,78%), o arroz (19,58%) e o alho (19,48%). O levantamento não inclui a variação de dois itens essenciais no jantar do dia 24: o tender e o peru, pois não são mensurados individualmente pelo IBGE. No entanto, é possível se basear no preço das carnes em geral, que subiu 11,44% em um ano, para medir a inflação de ambos.
Isso fica ainda mais evidente notando que os pescados tiveram uma elevação de preços bem mais sutil, de apenas 1,32%. Os dados ainda destacam que, embora em menor quantidade, alguns produtos ficaram mais baratos nesse ínterim, como a cenoura (-26,08%), o tomate (-25,15%) e a cebola (-6,66%).