A cesta básica ribeirão-pretana está custando R$ 645,33 neste mês de julho, de acordo com o Índice Mensal divulgado pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) nesta quarta-feira, 19 de julho. O valor representa queda de 5,05% em relação a junho, quando chegou a R$ 679,67 – são R$ 34,34 a menos –, mostrando que houve deflação no preço dos alimentos.
Em junho, houve aumento de 1,02% em relação a maio, quando a cesta com os mesmos produtos custava em média R$ 672,82. De abril (R$ 649,72) para o mês seguinte, a alta foi de 4,61%. O levantamento é feito pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB-Acirp) do Departamento de Relações Jurídicas e Institucionais, braço econômico da entidade, e não tem caráter fiscalizador.
Com a forte queda de julho, segundo a Acirp, os preços dos alimentos em Ribeirão Preto registram deflação de 0,47% no trimestre entre maio e julho, depois de fechar o bimestre maio-junho com inflação acumulada de 4,58%. Os dados da quarta edição do índice foram coletados no dia 11 de julho em onze supermercados e quatro padarias da cidade.
Os produtos com maior desvio padrão são a carne e o café, cujos valores chegaram a variar até R$ 9,08 e R$ 3,70, respectivamente, de um estabelecimento para outro. “As carnes são o grupo alimentar que mais impacta nas despesas do ribeirão-pretano, representando 41,06% do dispêndio total. Por isso, os preços destes itens devem ser observados com atenção pelo consumidor”, alerta Lucas Ribeiro, analista do IEMB-Acirp.
Depois da carne, os gastos se distribuíram entre frutas e legumes, que absorvem 24,37% do orçamento, seguidos dos farináceos (20,29%), laticínios (6,96%), leguminosas (4,43%), cereais (2,15%) e óleos (0,75%). As maiores altas foram sobre o açúcar (12,41%) e o arroz branco (9,71%).
A inflação sobre os alimentos em julho teve uma queda significativa. Os dados mostram dissipação dos choques que a economia e a oferta de alimentos sofreram com a pandemia e a Guerra da Ucrânia.
“A redução dos preços dos combustíveis foi outro importante fator, pois barateou custos de transporte da cadeia de produção e distribuição e isso chegou ao consumidor final. Outro ponto que vale a pena destacar é a queda do preço de grãos como soja e milho devido à safra recorde registrada neste ano”, avalia Lucas Ribeiro.
Os trabalhadores que ganham salário mínimo de R$1.320, que líquido (deduzidos os 7,52% de descontos da Previdência Social) cai para R$ 1.220,74, comprometeram mais da metade de sua renda (cerca de 52,86%) com gastos alimentares.
Ainda assim, houve redução de três pontos percentuais em relação aos custos de junho. Em uma carga de 220 horas semanais, 116,3 delas foram trabalhadas para pagar a cesta de alimentos, contra 122,49 horas no mês anterior.
Custo por região
A Zona Leste apresentou aumento de 3,02%, tendo a cesta de consumo mais cara do município (R$ 705,82). A região Oeste manteve o posto de local mais em conta para as compras (R$ 543,87) e registrou nova queda, desta vez de 6,69% em relação ao mês anterior. A diferença chega a R$ 161,95, variação de 22,9%. A Zona Norte (R$ 616,86) registrou alta de 1,63% em relação a junho, mas continua sendo o segundo melhor lugar para adquirir os alimentos básicos.
A região Sul (R$ 674,69 em julho), que teve a cesta mais cara em junho (R$ 784,89), apresentou redução de preços da ordem de 14,03% no comparativo com o mês anterior, ficando com o terceiro lugar. E por fim, a área Central também teve redução de 2,48%, apresentando um custo de R$ 692,66 este mês.
Dados do estudo
A cesta utilizada baseia-se no decreto lei nº 399, que regulamenta o salário-mínimo brasileiro e apresenta o tipo e a quantidade de alimentos de acordo com a região administrativa brasileira. O custo médio total de uma cesta de consumo alimentar capaz de atender as necessidades energéticas e nutricionais de um indivíduo representa para o índice da Acirp o marco da linha de indigência na cidade.
A lista inclui alcatra bovina (6 kg), leite longa vida (7,5 litros), feijão carioca (4,5 quilos), arroz branco tipo 1 (3 quilos), farinha de trigo (1,5 quilo), batata inglesa (6 quilos), tomate italiano (9 kg), pão francês (6 kg), café em pó (0,6 kg), banana nanica (90 unidades), óleo de soja (0,8 litro), açúcar cristal (3 kg) e margarina (0,75 kg).
Os locais de compra são determinados com base na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017-2018. O pão francês é o único item cotado também em padarias por ser o local de preferência de 60% dos ribeirão-pretanos.
Oficial
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – indexador oficial de preços no país – fechou junho com deflação de 0,08%, segundo o IBGE. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 2,87%. O resultado acumulado em doze meses está em 3,16% até junho. Os preços do grupo Alimentação e bebidas caíram 0,66% no mês passado, após alta de 0,16% em maio.