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Cesta básica está mais cara  

Preço da cesta básica de alimentos essenciais acelerou para alta de 2,59% em fevereiro; valor supera R$ 700 em todas as regiões da cidade  

Café subiu 2,30%, tomate italiano avançou 1,64% e a margarina com sal teve alta de 1,29%, segundo a pesquisa do Instituto de Economia Maurílio Biagi (Freepik)

Após queda de 1,98% em janeiro, o preço da cesta básica de alimentos essenciais acelerou para alta de 2,59% em fevereiro, em Ribeirão Preto – havia emendado quatro aumentos seguidos no final do ano passado, de 8,06% em setembro, 5,68% em outubro, 1,92% em novembro e 2,03% em dezembro. Agora saltou de R$ 724,61 para R$ 743,39 – valor recorde da série histórica, que começou em maio de 2023. São R$ 18,78 a mais.

O recorde anterior pertencia a dezembro, de R$ 739,25. Neste mês, o valor do pacote básico superou R$ 700 em todas as regiões da cidade (leia quadro nesta página). Encerrou 2024 com inflação acumulada de 15,3% – o aumento de 2,03% de dezembro foi o percentual mais elevado do período.

O levantamento mensal é do Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB) da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp). Em comparação com fevereiro do ano passado, quando a cesta com 13 alimentos essenciais custava R$ 702,46, a alta chega a 5,83%, acréscimo de R$ 40,93.

O índice de fevereiro foi puxado pelo preço da carne (alcatra), que subiu em média 10,41%, mas também devido ao leite longa vida (2,54%) e café em pó (2,30%). O tomate italiano avançou 1,64% e a margarina com sal teve alta de 1,29%, segundo o IEMB-Acirp.

A pesquisa constatou deflação nos preços da banana nanica (-15,79%), óleo de soja (-7,71%), farinha de trigo (-6,30%), feijão carioca (-4,18%), arroz (3,35%), batata inglesa (-3,02%), pão francês (-2,52%) e açúcar cristal (-2,23%), aponta o levantamento. 

Para Lucas Ribeiro, analista do IEMB-Acirp, autor da pesquisa, o aumento no preço da carne alcatra é resultado da combinação de fatores. Entre eles, destaca a redução da oferta no curto prazo durante o ciclo de reprodução e condições climáticas adversas, sobretudo as secas prolongadas, que reduziram a qualidade das pastagens e elevaram os custos de suplementação alimentar, retardando o abate.

“Este cenário deve persistir no curto prazo, até que o ciclo pecuário volte a aumentar a oferta de gado para abate. Além disso, o aumento nos custos da suplementação alimentar também pode pressionar o setor de laticínios”, afirma Ribeiro.

Já o café tem apresentado aumentos expressivos de preço desde 2024 e deve continuar com valores incertos e pressionando os próximos aumentos inflacionários. “No ano passado, o café em grão no atacado encerrou com um avanço de 120,40%, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Problemas climáticos em países produtores, como secas e geadas, reduziram a oferta global, elevando os preços”, pontua o analista.

No curto prazo, o preço do leite deve continuar em alta, decorrente da redução na oferta e do aumento da competitividade entre laticínios pela matéria-prima. Os custos de produção aumentaram pelo quinto mês consecutivo em janeiro de 2025, pressionados principalmente pelos gastos com alimentação do rebanho, refletindo aumentos nos preços de insumos como grãos e suplementos alimentares.

O estudo aponta ainda que da região com menor custo (R$ 725,17) para a mais cara (R$ 765.01), o consumidor pode chegar a gastar até R$ 39,84 a mais pela compra dos mesmos 13 itens básicos. A variação chega a 5,21%, segundo a pesquisa do IMEB-Acirp.

Os dados do Índice Mensal de Cesta Básica foram divulgados nesta quinta -feira, 27 de fevereiro. Os analistas da Acirp percorreram 14 estabelecimentos no dia 19: dez supermercados e hipermercados e quatro panificadoras distribuídas entre as cinco regiões da cidade. O levantamento não tem caráter fiscalizador.

O grupo alimentar que mais pesa sobre as despesas do ribeirão-pretano, com 47,03% do valor total da cesta, é o da carne. Farináceos absorvem 20,31% do orçamento, seguidos de frutas e legumes (20,5%), laticínios (6,13%), leguminosas (3,22%), cereais (2,39%) e óleos (0,87%).

Em relação ao poder de compra, considerando uma remuneração de R$ 1.518 (salário mínimo), deduzidos 7,52% de descontos da Previdência Social, tem-se que o piso líquido é na ordem de R$ 1.403,85, de tal modo que um trabalhador de média idade comprometeria cerca de  52,95% de sua renda apenas com gastos alimentares em outubro.

A alta foi de 1,33 ponto percentual em um mês – era de 51,62% em janeiro. Em carga horária, equivale a trabalhar 116,50 horas das 220 previstas na jornada do assalariado só para comprar comida, 2,95 horas a mais do que em dezembro – era de 113,55 horas no mês anterior. O reajuste de 7,51%do salário-mínimo ajudou a minimizar o impacto, apesar de que o novo valor só será creditado na conta do trabalhador em fevereiro.

Região Central tem  o pacote mais caro
Neste mês, o valor da cesta básica de alimentos com 13 produtos superou R$ 700 em roda as regiões de Ribeirão Preto. A Central tem o kit mensal básico de alimentos mais caro da cidade, com valor de R$ 765,01 – chegou a R$ 837,04 em outubro.

Porém, houve retração de 2,94% em relação a janeiro (R$ 788,14). Caíram os preços da banana (-39,86%), do tomate (-21,13%), do açúcar (19,65%) e do leite (-10,74%). Os principais aumento vieram do café em pó (35,59%), batata (18,95%), feijão (15,58% e carne (9,44%).

A Zona Norte de Ribeirão Preto tem o kit dos alimentos têm o menor valor do mês, de R$ 725,17, queda de R$ 650,62, queda de 11,46% em relação a janeiro. A alcatra disparou 39,33%, seguida por tomate (25,40%) e café (9,34%). Caíram os preços do pão francês (-24,04%), óleo de soja (-16,78%), arroz (-10,31%) e leite (-10,30%).

Os preços na Zona Sul caíram 1,12%, de R$ 756,61 em janeiro para R$ 748,16 em fevereiro, queda puxada peço pão francês (-9,58%), arroz (-680%0 e alcatra (-522%). Avançaram no mês o leite (23,57%), café (23,53%), açúcar (21,21%), banana (9,38%) e feijão (7,58%).

Na Zona Leste, o preço da cesta básica saltou de R$ 732,27 em janeiro para R$ 747,89 em fevereiro, alta de 2,13%. Subiram os preços da farinha (49,65%), batata (30,34%), tomate (19,35%), leite (12,42%), alcatra (4,58%), feijão (4,38%) e arroz (3,29%). Estão mais baratos o café (-32,97), a banana (-18,89%), o óleo de soja (-3,54%) e o açúcar (-3,36%).

Na Zona Oeste, o preço da cesta básica com 13 alimentos caiu 2,51%, de R$ 746,23 em janeiro para R$ 727,48 em fevereiro. A deflação na região foi puxada pela queda nos preços da banana (-41,45%), farinha (-39,51%), feijão (-20,44), óleo de soja (-16,85%), tomate (-16,41%) e pão francês (-14,44%), Subiram os preços da carne (21,16%), café (9,03%) e arroz (2,84%) 

 

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