O setor cervejeiro no Brasil cresceu quase 12% no ano passado. Em todo o país, já são mais de 1.700 estabelecimentos. As informações fazem parte do Anuário da Cerveja, divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária nesta segunda-feira, 10 de julho. O total de cervejarias saltou de 1.549 em 2021 para 1.729 no ano passado, 180 a mais e alta de 11,62%. Dez anos antes, em 2012, eram apenas 157.
Houve crescimento de 1.001,27%, onze vezes acima e 1.572 a mais. Há vinte anos, em 2002, eram apenas 46. São 1.683 a mais e aumento de 3.658,7%. O total de 2022 está 38 vezes acima. A cidade de São Paulo (SP) lidera com 59 estabelecimentos, 15,2% de todo o Estado.
Em segundo está Porto Alegre (RS), com 42 (13,5% de participação), seguida por Curitiba (PR ), com 26 (16,1%). Nova Lima (MG) é a quarta, com 22 cervejarias (9,9% do estado) e em quinto aparece Caxias do Sul (RS), com 21 (6,5%). No interior paulista, a liderança é de Sorocaba, em nono lugar no ranking nacional com 18 unidades e 15% dos estabelecimentos do estado.
Ribeirão Preto
Ribeirão Preto aparece na 11ª colocação no país, com 17 cervejarias, e em segundo no interior de São Paulo. Significa que 4,4% de todas as unidades paulistas estão na cidade. São duas a mais que as 15 de 2021, crescimento de 13,33%. No ano passado, em todo o país, foram registrados 42.831 produtos, alta de 19,83% em relação aos 35.741 do ano anterior, 7.090 a mais. Em 2017 eram 8.790 novas marcas. São 34.041 a mais em 2022, crescimento de 387,27%.
Em relação ao número de cervejas registradas, a liderança é da capital paulista, com 1.817 produtos, média de 30,8 por estabelecimento e participação de 14,7%. Porto Alegre (RS) é segunda com 1.805 (média de 43 e 28,1% de contribuição no estado), seguida por Nova Lima (MG), com 1.172 (53,3 e 18,9%), respectivamente.
Rótulos
Ribeirão Preto é a 11ª com 671 cervejas produzidas na cidade, 39,5 por fabricante e 5,4% de participação. O estado de São Paulo possui cinco municípios entre os quinze com maior número de cervejas registradas: São Paulo, Itupeva, Várzea Paulista, Ribeirão Preto e Campinas.
Ribeirão Preto é a sede do primeiro Arranjo Produtivo Local (APL) cervejeiro do interior paulista e conta ainda com o Polo Cervejeiro, que reúne as empresas produtoras de cerveja artesanal da cidade. O estado de São Paulo tem o maior número de cervejarias registradas (387), seguido pelo Rio Grande do Sul (310) e Minas Gerais (222).
Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, atrás apenas da China e Estados Unidos. Neste ano, o volume de vendas no território nacional deve chegar a 16 bilhões de litros, 4,5% a mais em relação a 2022, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv). Segundo o presidente da entidade, a padronização de regras do setor contribuiu para esses resultados.
Empregos
Esse mercado cada vez mais profissionalizado não é a única vantagem da expansão do setor no Brasil. É que a cerveja gera emprego e renda na localidade em que é feita. Em todo o país, essa cadeia produtiva é responsável por dois milhões de vagas diretas e indiretas.
O setor cervejeiro no Brasil é historicamente relevante para economia nacional, gerando mais de 42 mil empregos diretos. A Região Sudeste detém 57,8% dos empregos diretos, seguida das regiões Nordeste e Sul com, respectivamente, 16,8% e 14,7%. Na sequência aparece o Centro-Oeste com 7,1% e a Região Norte com apenas 3,7%.
Em números, a cadeia gera mais de R$ 27 bilhões em salários e é responsável por mais de R$ 49,6 bilhões (base 2022) de tributos por ano, sendo um dos principais colaboradores para o crescimento do Brasil. Sem falar que, quanto menos a bebida viaja da fábrica ao consumidor, melhor a qualidade do produto.
Segundo o levantamento, a tendência de concentração de cervejarias na Região Sudeste permanece, apresentando 798 estabelecimentos registrados, o que representa 46,2% do total de cervejarias do Brasil. Já a região que teve o maior crescimento relativo no ano foi a Norte, que apesar de contar apenas com 36 estabelecimentos, apresentou 20% de aumento no número de estabelecimentos registrados em comparação a 2021.
O número de municípios com pelo menos uma cervejaria também aumentou e agora um a cada oito municípios brasileiros possuem pelo menos uma cervejaria registrada. Isso quer dizer que são 722 municípios brasileiros com pelo menos uma cervejaria, o que representa um aumento da dispersão em 7,4% se comparado a 2021, quando havia ao menos uma cervejaria em 672 municípios brasileiros.
Mercado de cerveja segue em expansão
O Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, atrás da China e dos Estados Unidos e deve alcançar, em 2023, o volume de vendas de 16,1 bilhões de litros, um crescimento de 4,5% em relação a 2022, de acordo com dados da empresa de mercado Euromonitor International, para o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv).
Exportação
O anuário aponta que houve uma pequena redução da exportação brasileira de cerveja em 2022 relativa a 2021. No ano passado, foram exportados 200.588.542 kg do produto, o que representa um decréscimo de 16,8%. A redução no volume exportado também repercutiu no valor total das exportações brasileiras, mas em menor escala.
Em 2022, a exportação de cerveja brasileira faturou US$ 120.047.504, uma redução de 8,7% relativo ao montante faturado no ano anterior. O Brasil exportou cerveja para 79 países diferentes, igualando à maior marca do período estudado, verificada em 2020.
A América do Sul segue sendo o principal parceiro econômico na compra da cerveja brasileira, correspondendo a 98,4% das vendas, tendo o Paraguai como principal destino, seguido por Bolívia, Argentina, Uruguai e Chile, segundo o anuário do Ministério da Agricultura.
A importação brasileira de cerveja segue em queda, muito provavelmente pela maior oferta de produtos nacionais. Enquanto em 2021 a quantidade importada foi de 18.406.249 kg, em 2022 a quantidade diminuiu para 14.897.234 kg, o que representa um decréscimo de cerca de 19,1%.
Verifica-se também menor diversidade na origem dos produtos, com 21 diferentes países exportadores de cerveja ao Brasil em 2022. O maior mercado de importação brasileiro de cerveja em 2022 foi a Bélgica, alcançando o montante de US$ 4.456.620 em produtos, o que representa 34,3% do valor total de importações brasileiras de cerveja.