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Cérebro, Cognição e Comportamento (4)

A Psicologia Positiva é um ramo da Psicologia cujo objetivo é examinar o poten­cial psicológico e as emoções positivas humanas no lugar da Psicopatologia. A ideia subjacente é que as emoções positivas e os potenciais humanos mensuráveis pos­sam ser protetores contra o risco de eventos adversos. Assim considerando, tem sido sugerido que felicidade possa ser acompanhada por consequências bem-sucedidas no casamento, nos relaciona­mentos em geral e na carreira, bem como, agregada a renda, saúde e longevidade.

Uma vez que felicidade pode ser atribuída a vários fatores, um dos quais são as diferenças individuais de personalidade. De fato, vários estudos sugerem que a estrutura da per­sonalidade de uma pessoa determina sua tendência para a felicidade. A dimensão emocional da felicidade também pode ser afetada por vários fatores, sendo um deles a Inteligência Emocional (IE), definida como um talento para entender, sentir e usar esses sentimentos como base para influenciar a comunicação humana. Ou seja, a habilidade de uma pessoa para reconhecer as emoções visando motivar-se a si própria e manipular as emoções visando melhor se comunicar com outras pessoas tem sido fundamental em diferentes arenas médicas.

Nesse cenário, um estudo iraniano, recentemente publicado no Korean Journal of Medical Education, em 2019, investigou a relação entre inte­ligência emocional e felicidade entre estudantes de medicina com idade média de aproximadamente 21 anos. O estudo envolveu trezentos estu­dantes, aos quais foram aplicados um questionário de felicidade e um de inteligência emocional. Os resultados indicaram que a Inteligência Emo­cional prediz felicidade, levando à ideia de que quanto maior o escore de IE, tanto maior o grau de felicidade, além de que alta IE é um fator protetor mental. Outro dado interessante é que houve uma relação negativa signifi­cativa entre a idade dos participantes e a felicidade, caracterizada como um sentimento estético. Quando a idade dos participantes aumenta, o sentido estético da felicidade diminui. Há, todavia, diferentes interpretações sobre a relação entre essas duas variáveis.

Uma delas é que felicidade tem uma tendência a decrescer com a idade nos países em desenvolvimento. Outra, por sua vez, entende que felicidade é proporcional à idade nos países desenvolvidos. Também, um forte pre­ditor do nível de felicidade nesse estudo foi os tipos de personalidade, isto é, introvertido e extrovertido. A média do escore de felicidade sendo mais elevada nas pessoas extrovertidas. Quando as pessoas são menos felizes, elas se mostraram mais predispostas a doenças.

Finalmente, os autores relataram uma relação significativa positiva en­tre inteligência emocional e o nível de saúde percebida. No caso, estudan­tes que tinham IE mais elevada relataram-se mais saudáveis. Tomados em conjunto, os dados da população estudada mostraram que IE tem uma relação significativamente positiva com felicidade e, ademais, estudantes com IE mais elevada percebem-se mais saudáveis. Por adição, estudantes de personalidade extrovertida foram significativamente mais felizes do que os estudantes com personalidade introvertida.

Logo, IE e felicidade elevadas são fatores protetores para uma boa saúde.

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