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Cérebro, Cognição e Comportamento (11)

Conhecemos vários estereótipos sobre o quê acontece à nossa inteligên­cia quando nos movemos da vida adulta ao envelhecimento. Dizem que ficamos mais sábios, que perdemos nossas memórias, que ficamos mais len­tos. Mas o que é lenda e o que é verdade? O que, de fato, a pesquisa os diz? Uma integração de diversos estudos longitudinais e transversais focando o envelhecimento, e sua relação com o QI, conduzido em diversos países do mundo revela-nos que a inteligência fluída, a habilidade espacial e a veloci­dade de processamento de informação são vulneráveis aos efeitos do enve­lhecimento normal, o declínio nos escores médios é rápido e dramático.

Ele começa no meio dos vinte anos e continua, sistematicamente, até alcançar mais que trinta pontos no fim dos oitenta anos. Em termos de va­lores de QI, em média, o pico é 101 nas idades entre 20-24 anos versus 70 na velha idade. O que a literatura científica mostra é que as habilidades através das quais inteligência é mensurada, de fato, declina com a idade, e que este declínio é sistemático e após a idade de 30 anos é mais ou menos linear.

Contrastando, a inteligência cristalizada, nosso “estoque” do que foi aprendido ao longo da vida, antes de declinar, é mantida ao longo de quase toda esta até o fim da nossa maturidade, diminuindo, algumas vezes drama­ticamente, após a idade de 75 anos. Ao lado disso, a velocidade de processa­mento parece desempenhar o papel-chave no declínio das habilidades dos adultos ao longo de toda a vida, com a suposição teórica de que o declínio, freqüentemente observado, da inteligência fluída é parcialmente causado pelo declínio na rapidez de processamento de informação relacionado com o envelhecimento. Há, também, evidência relevando que habilidade de solu­cionar problemas declina mesmo quando a velocidade de desempenho não ocorre. Tudo isso leva a crer que a perda da habilidade de solucionar proble­mas, com o aumento da idade, é um fato da vida. É real.

Não obstante, a habilidade de leitura não declina, significativamente, com a idade, embora as habilidades para a escrita e matemática declinem. Não há declínio significativo nos escores médios da leitura, que meça conhecimento adquirido, mas há um declínio significativo na compreensão de leitura, que requer inteligência fluída para entender as passagens. Estudos do declínio da memória não ficam atrás, independente de quão elevado seja seu QI.

Escrever, ler, participar em palestras, conferências, reuniões e trabalhos voluntários, bem como, usar suas habilidades preservadas para aprender materiais novos e não familiar é a melhor receita para retardar o envelheci­mento. Siga-a e verá. E o mais importante: você mesmo pode fazê-la, inde­pendente de ser solicitado para tal. Esta “receita” só depende de você, e não tem custo. Os resultados são imediatos.

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