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Centrais agendam greve para dia 14

As centrais sindicais anun­ciaram a convocação de uma greve geral para a próxima sex­ta-feira, 14 de junho, em defesa do direito de aposentadoria e o repúdio à proposta de emenda à Constituição (PEC nº 06/19), da reforma da Previdência, que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) já enviou para o Congresso Na­cional. Nesta segunda-feira (10), o Sindicato dos Servidores Mu­nicipais de Ribeirão Preto, Gua­tapará e Pradópolis (SSM/RP) vai promover uma assembleia para orientar a categoria sobre os aspectos políticos, econômi­cos e jurídicos da paralisação.

“As reivindicações serão apresentadas diretamente ao governo federal e ao Congresso Nacional, não havendo possibi­lidade de acordo localizado en­tre o sindicato e a administração municipal”, diz a entidade em nota publicada em seu site. Há liminares impondo a manuten­ção de 100% dos servidores em atividade nas áreas da saúde, educação, assistência social e nos serviços do Departamento de Água e Esgotos (Daerp), por causa da greve do funcionalis­mo, deflagrada em 10 de abril e suepensa em 23 de maio (leia nesta página).

A decisão do juiz Gustavo Müller Lorenzato, da 1ª Vara da Fazenda Pública, não diferencia os movimentos paredistas, por isso o sindicato orienta o funcio­nalismo a evitar qualquer des­cumprimento da obrigação im­posta que possa prejudicar um julgamento favorável do dissídio coletivo no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP).

Em maio, duas manifestações contra o contingenciamento de verbas da educação mobilizaram o país. A pauta também incluiu a oposição a projetos como o da “Escola sem Partido” e a reforma da Previdência. No dia 15, cerca de quatro mil pessoas protestaram na Esplanada do Theatro Pedro II, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico de Ribeirão Preto.

No dia 30, um grupo de apro­ximadamente mil manifestantes voltou a protestar no mesmo local. Houve atos em 170 cidades de 25 estados e do Distrito Federal. A PEC da reforma da Previdência já está sendo modificada no Con­gresso Nacional. Mas o governo não parece disposto a abrir mão de ao menos três itens: a idade mínima para aposentadoria, o tempo mínimo de contribuição e a progressão das alíquotas para servidores e trabalhadores da ini­ciativa privada.

A equipe técnica do Minis­tério da Economia alega que a maior parte de economia de R$ 1,2 trilhão prevista virá desses pontos, juntamente com o fim da aposentadoria que leva em conta somente o tempo de contribui­ção. A proposta do governo Jair Bolsonaro decreta o fim da apo­sentadoria somente por tempo de contribuição. Os trabalhadores da iniciativa privada e do setor públi­co terão de ter idade mínima de 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens.

O governo alega que a iniciati­va vai combater as aposentadorias precoces, que beneficiam princi­palmente os mais ricos, que atu­almente se aposentam mais cedo. Haverá um período de transição, com três regras para os trabalha­dores do setor privado e uma para os servidores públicos. O segurado poderá optar pela forma mais vantajosa. O tempo mínimo de contribuição passará dos atuais 15 para 20 anos, tanto para homens quanto para mu­lheres do setor privado.

Na área pública, o tempo mí­nimo de contribuição foi fixado em 25 anos para homens e mu­lheres, sendo exigidos ainda dez anos no serviço público e cinco anos de atuação no cargo. Além disso, para ter o direito de se apo­sentar com 100% de seu benefício, o segurado vai ter de contribuir 40 anos para o sistema previdenciá­rio. Para quem contribuir menos, haverá uma tabela progressiva.

Deste modo, após 20 anos de contribuição, o trabalhador terá direito a 60% do valor do bene­fício. A partir daí, aumentam-se 2% a cada ano trabalhado. Quem contribuir por 21 anos, por exem­plo, garante 62% do benefício inte­gral; quem contribuir 22 anos, fica com 64%, e assim por diante. Téc­nicos do Ministério da Economia garantem que quem tiver mais de 40 anos de contribuição receberá mais de 100% do valor do benefí­cio a que teria direito.

A regra vale tanto para o Ins­tituto Nacional do Seguro Social (INSS) quanto para o regime dos servidores públicos, mas ainda está em discussão se a regra vai va­ler para estados e municípios que contam com órgãos previden­ciários próprios para servidores, como é o caso de Ribeirão Preto – o Instituto de Previdência dos Municipiários tem cerca de 5.875 aposentados e pensionistas e folha mensal de aproximadamente R$ 40 milhões. A intenção do gover­no é fazer o trabalhador a contri­buir por mais tempo se não quiser evitar perdas.

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