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Censo em 2022 depende de orçamento deste ano

Recenseadores trabalharão com equipamentos de proteção e tecnológicos - Divulgação

Na esteira da decisão do Su­premo Tribunal Federal (STF) que determinou a realização do Censo Demográfico em 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou na terça-feira, 18 de maio, em comunicado, que prepara um plano para rea­lizar a pesquisa, que incluirá a necessidade de recursos or­çamentários a serem repassa­dos ainda este ano.

Segundo o órgão, é urgente a recomposição do orçamen­to de 2021 para dar conta das etapas preparatórias do Censo 2022. “A Direção do IBGE pre­para um plano para cumpri­mento da decisão judicial que estabeleceu a realização do Cen­so Demográfico em 2022”, diz.

“O projeto descreverá as demandas de recursos a serem repassados ao Instituto ain­da este ano, para que o Censo ocorra no ano que vem – por enquanto, sem data definida. A prioridade, agora, é fechar a proposta, já que há neces­sidade urgente de recom­posição do orçamento para conclusão de etapas prepara­tórias essenciais ao longo de 2021”, diz em comunicado.

O comunicado não in­forma um prazo exato para a conclusão do plano. “Após a elaboração do plano de tra­balho, serão retomadas reu­niões com as áreas técnica, consultiva e operacional, que vão definir as melhores con­dições e o período adequado para realização do Censo em 2022”, continua o texto.

Na sexta-feira, 14 de maio, quando o Plenário do STF to­mou a decisão, o IBGE já ha­via informado que estava tra­balhando em um plano para levar o Censo Demográfico a campo em 2022, mas não ha­via ressaltado a necessidade de recomposição orçamentária em 2021, para dar conta das etapas preparatórias.

Realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico visita todos os cerca de 71 milhões de lares brasileiros. O levanta­mento foi orçado inicialmente pela equipe técnica do IBGE em cerca de R$ 3 bilhões, para ir a campo em 2020, como previsto. Em meio a pressões do governo pela redução no orçamento, os questionários originais foram enxugados, e a verba encolheu para R$ 2,3 bilhões, ainda em 2019.

Ano passado, diante da pandemia de covid-19, o IBGE suspendeu todas as entrevistas presenciais em suas pesquisas. O Censo foi adiado para 2021. Nessa ocasião, o governo fede­ral reduziu ainda mais o mon­tante previsto no projeto de lei orçamentária de 2021 para o Censo, para R$ 2 bilhões.

Nas discussões no Con­gresso, o valor acabaria cor­tado para R$ 71 milhões. O Orçamento sancionado e publicado no Diário Oficial da União trouxe um veto do presidente Jair Bolsonaro, que cortou o valor ainda mais, para R$ 53 milhões. Esse montante é tido como insuficiente para realizar o Censo e motivou o pedido de demissão da então presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra.

No fim de abril, antes da decisão do STF, o novo presi­dente do IBGE, Eduardo Rios Neto, afirmou que o órgão es­tava preparado tecnicamente para realizar o Censo Demo­gráfico em 2021, “a depender das condições sanitárias” e da recomposição integral do orçamento de R$ 2 bilhões. Mesmo assim, os recursos pre­cisariam chegar a tempo de os preparativos serem retomados de forma a levar a campo a coleta ainda este ano. O plano de iniciar a coleta em agosto já não seria cumprido.

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