A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) divulgou nova lista de pessoas presas por participarem dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes em Brasília no último domingo, 8 de janeiro. O número de detidos foi atualizado para 763 até as onze horas desta quarta-feira (11).
A divulgação por meio de lista está sendo feita devido ao alto número de pessoas presas e à dificuldade de realizar comunicações individuais. “Dessa forma, será mantida lista atualizada das pessoas transferidas para o Sistema Prisional, a fim de possibilitar o acesso de familiares e advogados a elas”, afirma a Seape. São 498 homens e 265 mulheres.
Três pessoas da região de Ribeirão Preto continuavam detidas até a o início da tarde de ontem. Estão presos a médica veterinária e social media de Guariba, Ana Carolina Isique Guardiéri Brendolan, de 30 anos, e o advogado ribeirão-pretano Barquet Miguel Junior (filho do ex-vereador Barquet Miguel, que cumpriu sete mandatos), de 52 anos.
A advogada Nara Faustino de Menezes, de 43 anos, também de Ribeirão Preto, segue detida. Em seu depoimento, ela confirma ter entrado no Congresso, mas diz que o acesso estava liberado e que não participou da depredação. Já a veterinária e social media Ana Carolina diz que foi espontaneamente a Brasília.
Quinze crimes são investigados. A 12ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo, a OAB de Ribeirão Preto, vai promover uma reunião extraordinária nesta quinta-feira (12). Porém, avisa que ainda não tem denúncia oficial que possa resultar em punição aos advogados. As penas dos acusados podem passar de doze anos de prisão. O Supremo Tribunal Federal (STF) montou uma força-tarefa para as audiências de custódia.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou na manhã desta quarta-feira, em sua conta no Twitter, que foram lavrados 1.261 autos de prisão e apreensão pela Polícia Federal (PF) após os atos golpistas em ataques aos prédios dos Três Poderes. “Tivemos também as prisões em flagrante efetuadas no domingo (8)”, cita.
“E segue a execução dos mandados de prisão temporária e preventiva. Todos os presos são apresentados ao Poder Judiciário, instância competente para decidir o que acontecerá com cada um deles”, informa o ministro, que agradeceu à Polícia Federal, além das polícias do Distrito Federal, peritos, policiais penais, defensores, bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A Polícia Federal informou, na terça-feira (10), que, por “questões humanitárias”, liberou 599 pessoas que haviam sido detidas por atos antidemocráticos no palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso Nacional, no domingo.
O canal de denúncias criado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) sobre informações referentes aos atos terroristas do dia 8 de janeiro recebeu mais de 50 mil mensagens com links de páginas de redes sociais, vídeos e outras informações.
Ao anunciar o e-mail [email protected], na segunda-feira (9), Flávio Dino disse que a ferramenta serve para que a sociedade colabore com a identificação dos envolvidos. “Esse e-mail visa a que a sociedade colabore”, disse o ministro da Justiça.
A Defensoria Pública da União (DPU) pediu ontem ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a libertação de pessoas hipervulneráveis. Em conjunto com a Defensoria Pública do Distrito Federal, o órgão argumenta que idosos, mulheres gestantes, puérperas, mães de crianças menores de 12 anos de idade e responsáveis por crianças com deficiência podem ter a prisão substituída por medidas cautelares.