A Comissão Especial de Estudos (CEE) do Bom Prato ouviu, na tarde de quinta-feira, 14 de março, Everton Ferreira da Silva, do Instituto de Desenvolvimento Social e da Cidadania Protagonismo, vencedor do chamamento público e encarregado pela gestão administrativa e financeira da segunda unidade do restaurante popular que será instalado em Ribeirão Preto, na rua Capitão Pereira Lago nº 1.605, no bairro Monte Alegre, na Zona Oeste, para atender a demanda do Hospital das Clínicas Unidade Campus.
Questionado pelo presidente da comissão, Igor Oliveira (MDB), sobre os motivos pelos quais o restaurante ainda não está atendendo, e porque a inauguração atrasou, ele afirmou que toda a parte documental burocrática está pronta e que encaminhou e-mail ao governo do Estado solicitando informações, mas que não pode “colocar uma faca no pescoço do governador”.
Sobre o aluguel do prédio que sediará o restaurante e o risco de perder o salão por causa deste atraso, o gerente disse que, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, há um protocolo de intenções assinado pelas partes em que o proprietário se comprometeu a esperar a implantação do Bom Prato e os trâmites de adequações do imóvel para efetivar o aluguel, que deve gerar gasto anual de até 5% do valor do edital, por volta de R$ 171 mil.
Igor Oliveira sugeriu que a CEE faça um levantamento do atual valor cobrado para verificar a compatibilidade com o mercado. “Nós, como fiscalizadores, temos a responsabilidade de zelar pelo dinheiro público. Vamos consultar três corretores para pesquisar sobre o imóvel em questão, que tem proximidade relativa ao HC”, afirma. Silva negou ter participado de reunião com o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB), em 5 de fevereiro deste ano, dia em que o chefe do Executivo afirmou, nas redes sociais, estar em tratativas finais para a implantação do Bom Prato.
Ao final do encontro, Oliveira solicitou a documentação geral da instituição e informou que os membros da comissão farão diligência ao local. Além disso, oficiarão o governo sobre as declarações das duas primeiras oitivas para explicações. Também integram a CEE do Bom Prato os vereadores Jean Corauci (PDT) e Adauto Honorato, o “Marmita” (PR). No dia 28 de fevereiro, o empresário Jesus Antônio de Carvalho, proprietário do imóvel disse que não há contrato assinado entre locador e locatário e que pode locar o salão para terceiros caso a proposta seja melhor. “Eu alugo. O imóvel está à disposição. Eu não tenho compromisso com ninguém”, explicou.
Em 2017, o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto atendeu mais de 700 mil pessoas. O valor global para a execução da parceria é de aproximadamente R$ 3,43 milhões, dos quais R$ 2,37 milhões correspondem a repasses da pasta (ou 69,3%), outros R$ 715,85 mil são a contrapartida da prefeitura de Ribeirão Preto (20,9%) e R$ 336,99 mil de pagamentos realizados pelos usuários do programa (9,8%).
De acordo com o edital, deverão ser fornecidos 1.400 almoços diariamente, dos quais 140 para crianças com até seis anos de idade e 1.260 para adultos, de segunda a sexta-feira, exceto aos feriados. O valor pago pelos usuários será de R$ 1 e as crianças até seis anos estarão isentas. Também está previsto o fornecimento de 300 cafés da manhã diários, a R$ 0,50 para os usuários. O custo total do almoço será de R$ 5,70 e do café da manhã R$ 1,96. A diferença entre o preço pago pelo usuário e o valor total das refeições será subsidiado pela esfera pública.
O Bom Prato do Centro, na rua Saldanha Marinho nº 765, serve diariamente 2.050 refeições, sendo 1.750 no almoço a R$ 1 e 300 no café da manhã, a R$ 0,50. A entidade responsável pela unidade é Associação Espírita Casas de Betânia. Desde sua inauguração, em novembro de 2005, o restaurante já atendeu mais de 4,6 milhões de pessoas. A rede de restaurantes serve diariamente mais de 100 mil refeições, entre almoço e café da manhã.