O vereador Elizeu Rocha (PR) quer a instalação de uma Comissão Especial de Estudos (CEE) para discutir e apurar possíveis alternativas para o trânsito de veículos pesados – ônibus e caminhões – na avenida Nove de Julho, no Alto da Cidade, que corta vários bairros – Vila Seixas, Higienópolis, Jardim Sumaré etc. O requerimento já foi aprovado e transformado em projeto de resolução pela Mesa Diretora do Legislativo.
Agora, a proposta será votada em data ainda a ser definida e somente depois será instalada a CEE, que terá 120 dias para realizar os estudos. A comissão será composta por três parlamentares. Segundo Elizeu Rocha, a medida é necessária por causa de vários fatores, entre eles o estado de conservação dos paralelepípedos da avenida e o elevado custo para manutenção.
Ele lembra ainda que a via é tombada desde 2008 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac) e por ser considerada patrimônio histórico da cidade não pode ter o projeto original alterado. Cartão postal da cidade, a prefeitura deverá fazer estudos para viabilizar obras de mobilidade na Nove de Julho.
Em julho do ano passado, o vereador Rodrigo Simões (PDT) sugeriu ao Executivo estudos para verificar, entre outros itens, a possibilidade da troca dos paralelepípedos da avenida Nove de Julho. Na época, ele justificou o pedido por causa dos problemas da malha viária, já que muitas peças se soltaram e em outros trechos não existia calçamento.
O vereador argumentava ainda, a necessidade de se resolver problemas estruturais da Nove de Julho, considerada por ele caminho de muitos veículos que partem do Centro e pedestres que trabalham ou visitam a região. Entre as reivindicações estavam a avaliação e poda de árvores condenadas e uma ação conjunta do Executivo, Legislativo e sociedade civil organizada para transformar a Nove de Julho novamente num importante centro comercial e empresarial.
Na época, o parlamentar entregou ao prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) documentos e uma enquete feita com a população sobre a importância da recuperação daquele local. “Estou esperando a análise pela prefeitura do material que entreguei”, diz. A avenida Nove de Julho, considerada um cartão postal da cidade, foi planejada pelo prefeito João Rodrigues Guião em 1921.
Os primeiros quarteirões da avenida foram entregues no dia 7 de setembro de 1922, com o nome de avenida da Independência. A avenida passou a se chamar Nove de Julho alguns anos depois e ganhou prestígio na cidade a partir do início da década de 1950. As residências construídas nas proximidades seguiram, em sua maioria, o estilo moderno.
Com o passar do tempo, foi perdendo suas características de área residencial. Ao longo dos últimos 20 anos ela se transformou no principal centro financeiro da cidade e região. É famosa pelas frondosas sibipirunas. Mesmo com a transformação que sofreu nos últimos 40 anos a avenida manteve suas características que lembram a década de 1950 – os paralelepípedos da rua e o calçamento dos canteiros centrais.
Ao longo de seus pouco mais de dois quilômetros, reúne cerca de 30 bancos, entre comerciais e de investimentos, além de seguradoras, consórcios, bares, restaurantes, lanchonetes etc. Um dos principais problemas para a manutenção dos paralelepípedos da avenida é a falta de mão de obra especializada. Os últimos calceteiros se aposentaram e faltam profissionais na área.