A Comissão Especial de Estudos (CEE) do Bom Prato enviou um oficio ao prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) indicando duas áreas próximas ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), perto do campus da Universidade de São Paulo (USP), no Monte Alegre, Zona Oeste da cidade, como possíveis locais para a instalação da nova unidade do restaurante.
A indicação veio depois do apontamento feito pelo Executivo de dois salões também no bairro Monte Alegre, mas distantes. Segundo os membros da comissão, essas áreas seriam distantes do HC, o que dificultaria o acesso dos pacientes do hospital. Um dia após o apontamento, os parlamentares já haviam enviado uma carta contrapondo as indicações.
Para o presidente da CEE, Igor Oliveira (PMDB), é preciso levar em consideração a condição física dos pacientes. “Não são todas as pessoas que estão em plenas condições para fazer uma caminhada de mais de um quilômetro – dez minutos, segundo a prefeitura. Isso sem falar na inclinação do bairro Monte Alegre. Para se ter uma ideia, a subida da rua Tenente Catão Roxo tem 634 metros. Uma situação dessas beira o impossível”, diz o vereador.
Os membros da CEE, inclusive, refizeram o trajeto entre os salões que ficam nas ruas Capitão Pereira Lago e Marques da Cruz. De carro, seguindo o fluxo normal do transito pela avenida Lucas Nogueira Garcez até a rua Hélio Lourenço (entrada do hospital), a distância ficou em 2,5 quilômetros, um percurso de sete minutos. Caminhando, a distância ficou em 1,1 quilometro. Foram medidos com a ajuda de um aplicativo 3.314 passos. O tempo percorrido foi de 11min15seg.
“Vamos frisar que nenhum dos vereadores tem problema físico e que fizemos o percurso sem pausa. Ir a pé será um problema”, emenda Igor Oliveira. O vereador, inclusive, protocolou um projeto de propondo ônibus gratuito para os pacientes, apesar de o prefeito ter dito, durante as visitas aos salões acompanhado do secretário de Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo, Floriano Pesaro, que vans poderiam transportar as pessoas.
Para os vereadores da comissão – Jean Corauci (PDT) e Adauto Marmita (PR) também compõem a CEE –, o transporte é vital para os pacientes. “O Executivo precisa explicar melhor como será essa situação. Sem transporte, fica praticamente inviável chegar até os locais apontados”, diz Corauci. “Creio que apenas um ônibus não será suficiente. São milhares de pessoas que frequentam o local todos os dias”, explica Marmita.
Novos locais – O primeiro prédio analisado pelos vereadores fica na avenida Lucas Nogueira Garcez, a 600 metros da entrada do hospital. É um prédio particular e que hoje serve como restaurante, mas o proprietário disse que pretende mudar de local. Por se tratar de uma construção voltada para o comércio, toda a estrutura está montada. Há um recuo lateral para entrada e saída de caminhões, além de um amplo salão. No piso superior funciona um escritório.
Já o segundo local é público, fica em frente à Clínica Civil e é administrado pela Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência (Faepa) do Hospital das Clínicas da Faculdade Medicina Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. O prédio foi construído para ser uma lanchonete e fica nas dependências do estacionamento 3, local onde param ônibus e vans (o que facilitaria o acesso dos pacientes). Além do amplo espaço, a construção conta com dois banheiros para o público, banheiros privativos para os funcionários e um vão central que poderia servir como refeitório. A distância entre o local e a entrada do HC é de 300 metros.
“Nós fizemos apontamentos que entendemos serem pertinentes. A função da nossa comissão é exatamente essa, contribuir e fiscalizar o processo de implantação da segunda unidade. Esperamos que o governo se atente a essas indicações e que possa levar em consideração nossas ideias”, finaliza Igor Oliveira.
A unidade já instalada em Ribeirão Preto, na rua Saldanha Marinho, no Centro, nos últimos doze anos, serviu 4.264 milhões de refeições, ofereceu 422 mil cafés da manhã e proporcionou o almoço a 90.146 crianças, com menos de 6 anos. Por dia são servidas 1.750 refeições. Além de refeições balanceadas por nutricionistas, local oferece internet gratuita. O café da manhã custa R$ 0,50 (são 300 por dia) e o almoço sai por R$ 1 (1.400 refeições diárias). O restaurante do HC também servirá cerca de 1.700 refeições por dia.