Tribuna Ribeirão
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CCR fecha acordo que revela caixa 2

O Grupo CCR e o Ministério Público de São Paulo fecharam acordo de leniência no qual é reve­lado caixa 2 de pelo menos R$ 30 milhões para campanhas eleito­rais de ex-governadores e deputa­dos de São Paulo. Pelo menos 15 políticos são citados no termo, de­nominado Auto Composição para Ato de Improbidade; entre eles, os ex-governadores tucanos Geraldo Alckmin e José Serra e o deputado Campos Machado (PTB).

A concessionária se dispõe a pagar multa de R$ 81 milhões – parte desse valor, R$ 17 milhões, será destinada, na forma de do­ação, à Biblioteca da Faculdade de Direito da USP, nas Arcadas do Largo São Francisco, no centro da capital paulista.

A CCR, uma das maiores em­presas de concessão de infraes­trutura da América Latina, admite que repassou valores “por fora” aos políticos do PSDB, PT, MDB, PTB e outras agremiações.

Foi uma longa negociação. À mesa, cinco ex-executivos da CCR e um grupo de promotores de Justi­ça que atuam na Promotoria de De­fesa do Patrimônio Público, braço do Ministério Público paulista que combate corrupção. Os advogados Celso Vilardi e Sebastião Tojal re­presentaram a CCR na elaboração dos termos do acordo.

Essa primeira etapa da inves­tigação trata especificamente de caixa 2 eleitoral. A etapa inicial da colaboração indica o “modus operandi” do esquema – os repas­ses eram efetuados por meio de doleiros ou via subcontratados na forma de “consultorias”.

O próximo passo da investiga­ção deverá abranger a área criminal – corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa.

Um investigador destacou que a origem do acordo são duas recentes ações da Lava Jato no Paraná que pegaram concessio­nárias de rodovias envolvidas em esquema milionários de propinas.

A delação do operador Adir Assad foi o ponto de partida da investigação. Outro investigador anotou que a partir da Auto Com­posição, os ex-executivos da CCR vão fazer novos depoimentos e entregar mais provas.

Sobre os políticos citados, um investigador que participou das ne­gociações disse. “Vai de A a Z. Tudo que tiver de eleição nesse período está no acordo, até eleição de sín­dico de prédio tem lá.”

Entre os beneficiários de re­cursos ilícitos de campanha há parlamentares com foro privile­giado no Supremo Tribunal Fe­deral (STF).

O caixa 2 não teria provocado impacto direto ou indireto nas tari­fas de pedágio, segundo apuração preliminar. E também não teria dado prejuízo aos cofres públicos. Nes­te caso, os recursos destinados a deputados e ex-governadores para suas campanhas teriam saído do lucro da CCR, disse um investigador. “A questão aí é com os acionistas.”

CCR
O Grupo CCR, por meio de nota, disse que segue contribuindo com todas as autoridades públicas a fim de esclarecer fatos que envolvam a Companhia e suas controladas, além de promover ajustes na gestão da política de Governança e de Com­pliance, a partir da criação de novas vice-presidências. A CCR reafirma o compromisso em seguir moderni­zando a infraestrutura brasileira, ofe­recendo serviços de qualidade para os usuários no Brasil e no exterior.

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