Tribuna Ribeirão
Economia

CCJ do Senado deve votar reforma no dia 4

PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO

O senador Tasso Jereis­sati (PSDB-CE) leu nesta quarta-feira, 28 de agosto, o relatório sobre a reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O parecer, com 58 páginas, desidrata a proposta em R$ 31 bilhões, compen­sando as perdas com um au­mento na arrecadação previ­denciária que dependerão de uma proposta paralela – a ser analisada na sequência.

A votação da reforma na CCJ foi mantida para a próxima quarta-feira, 4 de setembro, mas o relator diz que pode ficar para o dia seguinte. Até lá, senadores poderão apresentar emen­das à proposta, que deverão ser analisadas pelo relator. Até o momento, foram feitas 287 sugestões de alteração ao texto. Os parlamentares ain­da poderão apresentar mais emendas quando a reforma chegar ao plenário.

O atraso pode ocorrer se as discussões se alongarem, afirmou o relator. “Acata ou não (as emendas) e coloca em votação quarta ou quin­ta, dependendo de quanto se alongar. Se alongar no dia se­guinte, a gente vota no dia se­guinte”, disse o relator sobre o prazo para votação da refor­ma na CCJ. Ele afirmou que poderá fazer novas alterações ao texto mantendo o princí­pio de “atender às eventuais durezas de baixo da pirâmide social para cima”.

O relator retirou o critério de renda para a concessão do Benefício de Prestação Con­tinuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, e suprimiu item que elevava idade e tempo de contribuição para traba­lhadores que lidam com ati­vidades prejudiciais à saúde, como mineiros.

Uma perda adicional de R$ 67 bilhões pode ocorrer, caso o Congresso aprove ou­tras sugestões de Jereissati para abrandar pontos já aca­tados pelos deputados. Para compensar a perda de recei­ta, o relator prometeu um aumento de arrecadação de R$ 155 bilhões, com medidas que vão da cobrança previ­denciária obrigatória de en­tidades filantrópicas e o fim da isenção previdenciária nas exportações.

A presidente da Comis­são de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Te­bet (MDB-MS), fez questão de ressaltar que as propostas de reversão de desonerações partiram unilateralmente de Jereissati. “Não é nem minha, nem do presidente da Casa (Davi Alcolumbre, DEM­-AP). É do relator”, disse após a entrega do parecer.

Jereissati anunciou que seu relatório resulta em im­pacto de R$ 990 bilhões em uma década – muito próximo da meta do governo, de R$ 1 trilhão. Mas os cálculos do re­lator consideram a aprovação de duas propostas de emenda à Constituição (PEC): a que foi aprovada pela Câmara, com modificações, e uma nova, cuja a tramitação ainda vai começar pelo Senado.

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