O cenário de crise provocado pela pandemia do coronavírus arrasou diversos setores. Um dos mais afetados foi o do Esporte. Corte de patrocínios, encerramento de projetos importantes e diversos atletas sem saber o que fazer.
Em Ribeirão Preto, a pandemia afetou diretamente o time de vôlei da cidade, que disputou na temporada 2020/21 a elite do voleibol nacional. Rebaixado com antecedência e com apenas três vitórias na competição, o Cavalo Ace fez uma das piores campanhas da história da Superliga.
Antes da confirmação da participação na competição, o time chegou a quase fechar. A inscrição, inclusive, foi finalizada minutos antes do encerramento do prazo. O Vôlei Ribeirão também desistiu de participar do Campeonato Paulista.
Toda essa dificuldade acarretou na formação de um time bastante modesto para a Superliga, que culminou com o rebaixamento para a segunda divisão do voleibol brasileiro. A queda antecipada e o cenário financeiro crítico davam indícios de quem o projeto em Ribeirão Preto deveria estar perto do fim.
Entretanto, em entrevista exclusiva ao Tribuna, o campeão olímpico Lipe Fonteles, presidente do Vôlei Ribeirão, confirmou que já existem negociações em andamento para manter o time na cidade.
“Essa temporada foi muito difícil, mas a prefeitura gostou muito do projeto e do resultado que teve, sobretudo na parte de arrecadação para as entidades carentes, o entusiasmo do publico com um campeonato importante na cidade. Mesmo com o rebaixamento, eles pediram para tentarmos manter o projeto e buscar novamente o acesso”, revelou Lipe.
“Por hora vamos continuar planejando uma reconstrução, ainda não tenho como te dizer como será, mas o interesse em continuar existe”, completou.
Atualmente jogando no Japão, Lipe reiterou que o projeto do Vôlei Ribeirão não recebe verba pública e trabalha diretamente com o aporte financeiro dos patrocinadores, o que dificulta a busca por parceiros.
“Nada de lei de incentivo, tudo verba de marketing direto da empresa. Preferimos por não utilizar verba pública no projeto. Esse é um dos motivos que acaba dificultando um pouco conseguir verba”, afirmou.
Comandante da equipe desde o inicio do projeto, Marcos Pacheco reiterou que não faz parte desse tipo de negociação, mas ressaltou que está feliz pelo falo de que existam tratativas em andamento. O técnico também disse que Ribeirão Preto merece um projeto esportivo ambicioso.
“Que bom que essa conversa já existe, que as partes já estão conversando, que tem esse interesse de continuar o projeto. Aqui é uma cidade muito bacana, que o tempo todo apoiou a equipe, torceu. A cidade merece uma equipe competitiva, que lute pelos principais títulos. Tomara que dê certo essa continuidade, torço muito por isso”, finalizou.
Criado em maio de 2017, o Vôlei Ribeirão conquistou os títulos da Taça de Prata (2017) e da Superliga B (2018). Em 2019/2020, o Vôlei Ribeirão teve o seu melhor resultado a nível nacional de sua curta história. Mesmo com a temporada interrompida por conda da pandemia do coronavírus, o Cavalo Ace terminou a competição com a 9ª colocação.
No fim da temporada de 2018/2019, a falta de orçamento já existia. Depois de sua primeira temporada na elite do vôlei nacional, o Vôlei Ribeirão teve problemas para fechar as contas, o que só aconteceu depois de um esforço de Lipe Fonteles. A tendência é que o time ribeirão-pretano consiga se reestruturar na Superliga B.