“A causa animal não é um tema secundário, mas uma prioridade da administração municipal, e se não foi feito mais até agora foi por causa da situação calamitosa em que encontrou a prefeitura de Ribeirão Preto”, diz o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB). Na tarde de quarta-feira, 13 de junho, ele participou de encontro com ativistas e o vereador Marcos Papa (Rede), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Eutanásia.
A reunião marcou a abertura de um diálogo inédito entre a atual administração e os protetores de animais, que desde o ano passado estão em pé de guerra com a Coordenadoria de Bem-Estar Animal (Cbea). Acompanhado do secretário municipal do Meio Ambiente, Otávio Okano, responsável pelo setor, Nogueira recebeu cinco ativistas.
Na reunião estavam Andrea Campaz Bombonato (presidente da ONG Focinhos AS), Carolina Paglioli Lessa (vice-presidente da Gaama), Flávia Fernanda Frederico (da ONG Projeto Murilo Pretinho), Daniela Soares de Oliveira Rigo (Cãopaixão) e Sandra Maria da Silva (advogada). Segundo Papa, o encontro serviu para discussão das denúncias contra a Cbea, acusada, entre outras coisas, de praticar eutanásias em desacordo com a legislação.
Papa disse ao prefeito que os sacrifícios ferem a Lei Feliciano (estadual, nº 12.916/08), que só autoriza a eutanásia quando há risco para a saúde pública ou para outros animais ou quando o cão ou gato sofre de doença incurável. No ano passado, segundo o último levantamento oficial da Cbea, foram sacrificados 152 cachorros e gatos. Na reunião, Nogueira pediu às ativistas que indicassem quais as medidas que precisam ser adotadas.
As protetoras assumiram o compromisso de elaborar um relatório com todas as ações prioritárias, incluindo a completa reestruturação da Cbea, com a ambiciosa meta de, em cinco anos, não ter mais animais de rua em Ribeirão Preto – ou, pelo menos, não ter mais cadelas não castradas perambulando soltas pela ruas da cidade. Esse relatório será entregue em reunião já agendada para o próximo dia 26.