O Brasil tem nove casos suspeitos de coronavírus (2019-nCov), segundo boletim divulgado nesta quinta-feira, 6 de fevereiro, pelo Ministério da Saúde – o número caiu de onze para nove entre quarta-feira (5) e ontem. O boletim foi divulgado em reunião com secretários estaduais e municipais de Saúde. Os casos suspeitos estão em São Paulo (três), Rio Grande do Sul (três), Rio de Janeiro (um), Santa Catarina (um) e Minas Gerais (um).
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pediu aos carnavalescos que tenham mais “etiqueta” nas festividades para evitar o contágio de doenças como o coronavírus. O apelo por bons modos foi feito em Brasília durante a reunião com secretários, onde foram debatidos os planos de contingência na prevenção ao novo 2019-nCov.
“Tentar falar isso durante o carnaval, a gente fala que a pessoa tem que ter um pouco mais de etiqueta no carnaval. Agora, eu não conheço ainda o impacto”, disse Mandetta aos secretários, exemplificando recomendações como lavar as mãos e colocar o cotovelo na frente do rosto ao espirrar.
“Vocês que são secretários municipais dialoguem com seus carnavalescos e peçam um pouco mais de etiqueta carnavalesca, ainda mais naqueles bailes de salão de antigamente, colombina, menos pipoca atrás do trio elétrico… Não sei como vocês vão fazer, cada um faça do seu jeito”, disse o ministro, em tom bem-humorado.
Até segunda-feira (10) as secretarias estaduais de Saúde devem enviar ao ministério seus planos de contingência para prevenir e atender eventuais casos suspeitos do coronavírus. O boletim mais recente da pasta aponta para suspeitas no País.
De acordo com Mandetta, o País está se preparando considerando um cenário intermediário de casos no Brasil, semelhante à China, epicentro da doença. O ministro afirmou que não há no horizonte, no momento, uma grande epidemia do vírus no País.
Em Ribeirão Preto, a Secretaria Municipal da Saúde adotou um sistema de notificações em tempo real para agilizar a prevenção e o atendimento a eventuais casos suspeitos do novo coronavírus – os profissionais nas unidades de saúde, quando têm a suspeita, já fazem a notificação.
A Divisão de Vigilância Epidemiológica fica sabendo e essa informação já sobe para o Ministério da Saúde. Médicos e enfermeiros já foram orientados para o protocolo de diagnóstico e atendimento. São considerados casos suspeitos as pessoas com febre, sintomas de gripe e resfriado e que, inicialmente, tenham recentemente viajado para a China.
A Secretaria Municipal da Saúde vai colher secreções nasais, exame de sangue e, dependendo do caso, se for grave, será encaminhado ao hospital. Caso contrário a quarentena vai ser feita na casa do paciente. Ribeirão Preto não tem nenhum caso suspeito.
Testes
Especialistas recorrem a medicamentos contra HIV, H1N1, ebola e à medicina tradicional chinesa para tratar pacientes. A doença, reportada pela primeira vez na China em dezembro, já chegou a outros 24 países. No domingo (2), a Tailândia anunciou que pacientes apresentaram melhora 48 horas após serem tratados com uma combinação de medicamentos para HIV e altas doses do oseltamivir, usado no tratamento de H1N1.
Os Estados Unidos trabalham com uma farmacêutica, que já desenvolveu tratamento para o ebola, com o intuito de criar uma droga para o vírus. O coquetel foi dado a pacientes em estado grave, incluindo uma chinesa de 70 anos, da cidade de Wuhan, epicentro do surto.
Ela apresentou testes positivos para o vírus por dez dias e, 48 horas após o tratamento, o resultado deu negativo. Apesar da boa expectativa, médicos do Rajavithi Hospital, em Bangcoc, onde o tratamento foi feito, ainda não consideram a opção como cura e dizem ser preciso fazer mais estudos para definir se este é um tratamento-padrão.