Ribeirão Preto enfrenta mais uma epidemia de dengue. Nesta quarta-feira, 4 de setembro, a Secretaria Municipal da Saúde atualizou os dados de casos confirmados este ano. A cidade já superou 41.000 vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e da febre chikungunya.
As 41.286 ocorrências deste ano já são o maior volume da história da cidade, superando em 17,82% o recorde de 35.043 registrado em 2016. São 6.243 a mais em menos de nove meses, além de 56.976 sob investigação. Também já soma 28.984 a mais que as 12.302 de 2023, aumento de 235,60%. Uma semana atrás, até 28 de agosto, eram 40.906.
Em sete dias, o Aedes aegypti fez mais 380 vítimas, aumento de apenas 0,93%. Na semana anterior, a alta havia sido de 1,02%, de 40.491 para 40.906, mais 415. Entre 15 e 21 de agosto, subiu 0,65%, de 40.229 para 40.491, mais 262, menor número semanal do ano. O número de casos tem caído no inverno – época de baixa umidade relativa do ar e estiagem.
A população não pode baixar a guarda. Ribeirão Preto já registrou dez mortes em decorrência de dengue em 2024, duas em janeiro, cinco em fevereiro, duas em março e uma em junho, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Outros 17 casos fatais ainda estão sob investigação. Em menos de nove meses, a cidade já superou o número de mortes no ano passado (nove).
Em menos de seis anos já são 33 óbitos. A média diária de casos neste ano é de 166 ocorrências, uma a cada oito minutos e 30 segundos, aproximadamente. Os dados são do período entre 1º de janeiro e esta quarta-feira, 4 de setembro. São 230 notificações de casos suspeitos por dia, cerca de uma a cada seis minutos. Há apenas um caso neste mês e 79 em agosto
Em comparação com o mesmo mês de 2023, quando 88 pessoas pegaram dengue, a alta chega a 103,41%. Foram 91 a mais no mês passado, mas recuou 80,61% em relação aos 923 de julho, 744 a menos, segundo a Secretaria da Saúde.
Em relação aos 11.049 casos de dengue dos primeiros nove meses do ano passado, já são 30.237 a mais em 2024, avanço de 273,66% em apenas 248 dias de 2024. Os dados são atualizados semanalmente, com possibilidade de alterações pontuais
Ribeirão Preto fechou o ano passado com 12.302 casos de dengue (dado revisado), 4.820 a mais que os 7.482 do período anterior, crescimento de 64,42%. A média diária em 2023 ficou em 34. Em pouco mais de 14 anos, a cidade já registrou 202.151 casos de dengue. Há 230 ocorrências de febre chikungunya em 2024, dezenove importadas. No ano passado, foram 121, sendo 106 autóctones.
Faixa etária – No ano passado, das 12.302 vítimas, 4.454 pessoas têm entre 20 e 39, outras 3.033 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 2.029 estão entre 10 e 19 anos, 1.455 têm mais 60 anos, 949 são crianças de 5 a 9 anos, 321 têm entre 1 e 4 anos e 61 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 3.906 casos na Zona Leste, 2.896 na Oeste, 2.115 na Norte, 1.924 na Sul e 1.461 na Central.
Neste ano, 15.097 têm entre 20 e 39, outras 10.025 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 6.684 estão entre 10 e 19 anos, 5.003 têm mais 60 anos, 2.937 são crianças de 5 a 9 anos, 1.276 têm entre 1 e 4 anos e 264 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 11.682 casos na Zona Leste, 10.037 na Oeste, 8.541 na Norte, 6.158 na Sul e 4.778 na Central, além de 90 ainda sem identificação de distrito.
Entre 70% e 80% criadouros do mosquito estão dentro das casas. A maioria está em vasos, pneus e ralos. Somente nos mutirões do ano passado, foram recolhidos 60 toneladas de materiais inservíveis. São mais de 100 toneladas em pouco mais de seis meses, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700
2010 – 29.637
2011 – 23.384
2012 – 317
2013 – 13.179
2014 – 398
2015 – 4.419
2016 – 35.043
2017 – 248
2018 – 270
2019 – 14.520
2020 – 17.606
2021 – 360
2022 – 7.482
2023 – 12.302
2024 – 41.286*
Total desde 2009: 202.151
* Até 4 de setembro
Eliminação do Aedes aegypti
• Eliminar pratos de plantas ou utilizar um prato justo ao vaso, que não permita acúmulo de água;
• Descartar pneus usados em postos de coleta da prefeitura;
• Retirar objetos que acumulem água de quintais, como potes e garrafas;
• Verificar possíveis vazamentos em qualquer fonte de água;
• Tampar ralos;
• Manter o vaso sanitário sempre fechado;
• Identificar sinais de umidade em calhas e lajes;
• Verificar a presença de organismos vivos em águas de piscinas ou fontes ornamentais.