Ribeirão Preto enfrenta mais uma epidemia de dengue. Nesta quarta-feira, 26 de junho, a Secretaria Municipal da Saúde atualizou os dados de casos confirmados este ano. A cidade já tem quase 34.000 vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e da febre chikungunya.
Já é o maior volume em oito anos, desde 2016, quando a dengue atingiu 35.043 pessoas. São 33.890 ocorrências em 2024 – além de 49.701 sob investigação –, 21.588 a mais que as 12.302 de 2023, aumento de 175,48% em quase seis meses. Uma semana atrás, até 19 de junho, eram 32.157. Em sete dias, o Aedes aegypti fez mais 1.733 vítimas, aumento de 5,39%.
Na semana anterior, a alta havia sido de 6,52%, de 30.188 para 32.157, mais 1.969. Entre 5 e 12 de junho, a alta havia sido de 8,41%, de 27.847 para 30.188, mais 2.341. A tendência é que o número de casos comece a cair com a chegada do inverno – época de baixa umidade relativa do ar e estiagem.
A população não pode baixar a guarda. Ribeirão Preto já registrou dez mortes em decorrência de dengue em 2024, duas em janeiro, cinco em fevereiro, duas em março e uma em junho, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Outros dez casos fatais ainda estão sob investigação. Em menos de seis meses, a cidade já superou o número de mortes no ano passado (nove).
Em menos de seis anos já são 33 óbitos. A média diária de casos neste ano é de 191 ocorrências, uma a cada oito minutos, aproximadamente. Os dados são do período entre 1º de janeiro e 25 de junho. São 281 notificações de casos suspeitos por dia, cerca de uma a cada cinco minutos.
São 468 casos em junho. Fechou maio com 5.858 casos confirmados, 189 por dia, um a cada oito minutos. Caiu 37,57% em relação aos 9.383 de abril, 3.525 a menos. Encerrou março com 8.940, fevereiro com 6.228 e janeiro com 3.013. Na comparação com maio de 2023, quando 2.712 pessoas pegaram dengue, a alta chega a 116%. São 3.146 a mais.
Em comparação com os 10.744 casos de dengue do primeiro semestre do ano passado, já são 23.146 a mais em 2024, avanço de 215,43% em apenas 177 dias de 2024. Os dados são atualizados semanalmente, com possibilidade de alterações pontuais
Ribeirão Preto fechou o ano passado com 12.302 casos de dengue (dado revisado), 4.820 a mais que os 7.482 do período anterior, crescimento de 64,42%. A média diária em 2023 ficou em 34. Em pouco mais de 14 anos, a cidade já registrou 194.755 casos de dengue. Há 180 ocorrências de febre chikungunya em 2024, catorze importadas. No ano passado, foram 121, sendo 106 autóctones.
Faixa etária – No ano passado, das 12.302 vítimas, 4.454 pessoas têm entre 20 e 39, outras 3.032 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 2.029 estão entre 10 e 19 anos, 1.456 têm mais 60 anos, 949 são crianças de 5 a 9 anos, 321 têm entre 1 e 4 anos e 61 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 3.906 casos na Zona Leste, 2.895 na Oeste, 2.115 na Norte, 1.924 na Sul e 1.462 na Central.
Neste ano, 12.233 têm entre 20 e 39, outras 8.108 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 5.682 estão entre 10 e 19 anos, 4.099 têm mais 60 anos, 2.466 são crianças de 5 a 9 anos, 1.082 têm entre 1 e 4 anos e 220 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 9.178 casos na Zona Leste, 8.137 na Oeste, 7.537 na Norte, 5.022 na Sul e 3.961 na Central, além de 55 ainda sem identificação de distrito.
Entre 70% e 80% criadouros do mosquito estão dentro das casas. A maioria está em vasos, pneus e ralos. Somente nos mutirões do ano passado, foram recolhidos 60 toneladas de materiais inservíveis. São mais de 100 toneladas em menos de seis meses, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700
2010 – 29.637
2011 – 23.384
2012 – 317
2013 – 13.179
2014 – 398
2015 – 4.419
2016 – 35.043
2017 – 248
2018 – 270
2019 – 14.520
2020 – 17.606
2021 – 360
2022 – 7.482
2023 – 12.302
2024 – 33.890 *
Total desde 2009: 194.755
* Até 25 de junho
Eliminação do Aedes aegypti
• Eliminar pratos de plantas ou utilizar um prato justo ao vaso, que não permita acúmulo de água;
• Descartar pneus usados em postos de coleta da prefeitura;
• Retirar objetos que acumulem água de quintais, como potes e garrafas;
• Verificar possíveis vazamentos em qualquer fonte de água;
• Tampar ralos;
• Manter o vaso sanitário sempre fechado;
• Identificar sinais de umidade em calhas e lajes;
• Verificar a presença de organismos vivos em águas de piscinas ou fontes ornamentais.