O Boletim Epidemiológico divulgado na quinta-feira, 15 de fevereiro, pela Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), aponta que houve aumento de 50% nos casos de dengue em Ribeirão Preto em janeiro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2017, saltando de 16 para 24, oito a mais no primeiro mês de 2018.
Já em janeiro de 2016, ano em que houve epidemia de dengue na cidade, o número chegou a 9.346 casos da doença, o que representa queda de 99,74% nos casos do mês passado, com 9.322 ocorrências a menos. Mesmo assim, a população deve ficar atenta, já que Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) do Ministério da Saúde aponta que a cidade fechou 2017 entre as 65 paulistas em estado de alerta contra o mosquito.
O Índice de Infestação Predial (IIP) no município está em 1,3% – inferior ao de 2016, de 1,6%. Já segundo a Secretaria Municipal da Saúde, o IIP é de 1,56%, mas alguns bairros estão em situação de risco, com índice igual ou superior a 3,9%. Os casos de dengue despencaram 99,3% entre 2016 e o ano passado, de 35.043 para 244 – 34.799 a menos.
Segundo o secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, os números registrados agora são extremamente baixos, se levarmos em consideração a epidemia que assolou Ribeirão Preto no início de 2016. Mas não deixa de ser um sinal de alerta. Embora a alta seja pequena, é preciso ter consciência sobre os cuidados que precisam ser tomados.
“O trabalho desenvolvido pelos agentes de combate a endemias durante todo o ano e a conscientização da população são fundamentais para manter a doença sob controle. Com a chegada das chuvas, a conscientização da população precisa ser redobrada”, diz o secretário, ao afirmar que somente dessa forma a cidade evitará a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
“É preciso dar continuidade às intervenções na cidade contra o mosquito. O trabalho foi reforçado com limpeza, orientações, palestras, para bloquear o avanço das doenças que ele transmite”, emenda o secretário.
Para Luzia Márcia Romanholi Passos, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde e Planejamento, não se pode descuidar. “A população deve ficar alerta e continuar exercendo a principal forma de evitar a doença, com prevenção, ou seja, não deixar água parada nos ralos, olhar os vasos, tomar cuidado com as garrafas, que é onde o mosquito se desenvolve”, ressalta a diretora.
Em janeiro deste ano não houve nenhum caso confirmado de febre chikungunya. Também não houve registro da doença no mesmo período do ano passado. No entanto, Ribeirão Preto fechou 2017 com aumento de 355,5% nas ocorrências confirmadas da doença. Os dados mostram que o total de vítimas do Aedes aegypti – também transmissor da dengue, do zika vírus e da febre amarela na área urbana – saltou de nove para 41, com 32 pacientes a mais no ano passado.
Lucia Márcia Romanholi Passos já havia explicado ao Tribuna que a chikungunya só chegou em Ribeirão Preto recentemente. “Enquanto a cidade convive com surtos de dengue desde 1990, o que fez com que boa parte da população já tenha contraído o vírus e esteja hoje imunizada, o da febre chikungunya só foi detectado aqui há dois anos, em 2015, quando registramos dois casos. Ou seja, praticamente toda a população está suscetível”, disse.
Os sintomas iniciais da dengue e da chikungunya são muito parecidos – febre, dor no corpo, dores nas articulações e manchas avermelhadas. No caso da chikungunya, em vez da dor “no fundo dos olhos”, característica da dengue, o mais comum é o aparecimento de conjuntivite. Por isso, qualquer morador que apresente esses sintomas deve procurar o posto de saúde mais próximo.
No mês passado foram notificados e investigados, sete casos de zika vírus, mas nenhum confirmado. Em janeiro de 2017, foram investigados 24 ocorrências da doença. Pacientes com microcefalia ou outras alterações neurológicas, possivelmente relacionadas à infecção pelo zika vírus, não foram relatados em janeiro de 2018. No mesmo período do ano passado, também não foi confirmado nenhum caso da doença.
De acordo com o levantamento, não foi registrado nenhum caso de febre amarela no mês de janeiro de 2018. No mesmo mês do ano passado também não houve registro da doença. Com relação à Síndrome Respiratória Aguda Grave (gripe causada pelo vírus influenza), em janeiro deste ano, não houve casos confirmados em Ribeirão Preto.