Ribeirão Preto enfrenta mais uma epidemia de dengue, desta vez de nível 2. Nesta quarta-feira, 24 de abril, a Secretaria Municipal da Saúde atualizou os dados de casos confirmados este ano. A cidade ultrapassou a barreira de 16.000 vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e da febre chikungunya.
Já são 16.640 ocorrências, além de 30.363 sob investigação. São 4.336 a mais que as 12.304 de 2023 inteiro, aumento de 35,24% em menos de quatro meses
Uma semana atrás eram 14.402. Em sete dias, o Aedes aegypti fez mais 2.238 vítimas, aumento de 15,54%. Na anterior, a alta havia sido de 10,87%, de 12.990 para 14.402 e mais 1.412 casos.
A população não pode baixar a guarda. Seis mortes já foram confirmadas este ano, duas em janeiro, três em fevereiro e uma em março. Outros quatro óbitos estão sob investigação. Foram nove no ano passado – três em março, duas em abril, duas em maio, uma em junho e uma em dezembro. Em menos de seis anos já são 29 vítimas fatais da doença.
A média diária de casos neste ano é de 146 ocorrências, cerca de uma a cada dez minutos, aproximadamente. Os dados são do período entre 1º de janeiro e 23 de abril. São 266 notificações de casos suspeitos por dia, uma a cada cinco minutos, aproximadamente.
Abril já tem 1.534 casos confirmados. Março soma 6.099 pacientes infectados, quase 154 por dia, um a cada nove minutos, 92 a mais que os 6.007 casos de fevereiro, alta de 1,53%. Na comparação com março de 2023, quando 2.480 pessoas pegaram dengue, o aumento chega a 145,93%. São 3.619 a mais.
Em janeiro deste ano foram registrados 3.000. Em relação aos 7.371 do primeiro quadrimestre do ano passado, já são 9.269 a mais, avanço de 125,75% em apenas 114 dias de 2024. Os dados são atualizados semanalmente, com possibilidade de alterações pontuais
O índice predial de infestação larvária no início do ano era de 12%. Significa que a cada 100 casas visitadas em Ribeirão Preto, em doze foram encontrados criadouros do Aedes aegypti. Mais: em cada criadouro havia cerca de 300 larvas, em média. A maioria está em vasos, pneus e ralos.
Ribeirão Preto fechou o ano passado com 12.304 casos de dengue (dado revisado), 4.822 a mais que os 7.482 do período anterior, crescimento de 64,45%. A média diária em 2023 ficou em 34. Em pouco mais de 14 anos, a cidade já registrou 175.270 casos de dengue. Há 87 ocorrências de febre chikungunya em 2024, onze importadas. No ano passado, foram 120, sendo 105 autóctones.
Faixa etária – No ano passado, das 12.304 vítimas, 4.454 pessoas têm entre 20 e 39, outras 3.035 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 2.029 estão entre 10 e 19 anos, 1.455 têm mais 60 anos, 949 são crianças de 5 a 9 anos, 321 têm entre 1 e 4 anos e 61 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 3.906 casos na Zona Leste, 2.897 na Oeste, 2.116 na Norte, 1.924 na Sul e 1.461 na Central.
Neste ano, 5.835 pessoas têm entre 20 e 39, outras 3.953 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 2.867 estão entre 10 e 19 anos, 2.009 têm mais 60 anos, 1.291 são crianças de 5 a 9 anos, 564 têm entre 1 e 4 anos e 121 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 4.580 casos na Zona Leste, 4.079 na Norte, 3.169 na Oeste, 2.473 na Sul e 2.019 na Central, além de 320 ainda sem identificação de distrito.
São Paulo já decretou emergência para a dengue. A decisão ocorreu após o estado atingir a marca de 300 casos por 100 mil habitantes. Entre 70% e 80% criadouros do mosquito estão dentro das casas. Somente nos mutirões do ano passado, foram recolhidos 60 toneladas de materiais inservíveis. Já são mais de 74 toneladas neste ano
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700
2010 – 29.637
2011 – 23.384
2012 – 317
2013 – 13.179
2014 – 398
2015 – 4.419
2016 – 35.043
2017 – 248
2018 – 270
2019 – 14.520
2020 – 17.606
2021 – 360
2022 – 7.482
2023 – 12.304
2024 – 16.640 *
Total desde 2009: 177.507
* Até 23 de abril
Eliminação do Aedes aegypti
• Eliminar pratos de plantas ou utilizar um prato justo ao vaso, que não permita acúmulo de água;
• Descartar pneus usados em postos de coleta da prefeitura;
• Retirar objetos que acumulem água de quintais, como potes e garrafas;
• Verificar possíveis vazamentos em qualquer fonte de água;
• Tampar ralos;
• Manter o vaso sanitário sempre fechado;
• Identificar sinais de umidade em calhas e lajes;
• Verificar a presença de organismos vivos em águas de piscinas ou fontes ornamentais.