Tribuna Ribeirão
Saúde

Casos de dengue passam de 14 mil

FABIO DI FELIPPO

Desde o dia 1º de janeiro e até sexta-feira, 15 de maio, Ri­beirão Preto já somava 14.253 casos confirmados de dengue e a Secretaria Municipal da Saú­de (SMS) investiga mais 22.793 pacientes que podem estar com a doença – aguarda o resultado de exames, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde. A média de pessoas diagnosti­cadas com o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti em quatro meses é de 114 por dia, quatro por hora.

Ribeirão Preto já declarou epidemia de dengue, a sexta em onze anos – a população não tem colaborado eliminando os potenciais criadouros do Aedes aegypti e os casos aumentam a cada dia. O secretário munici­pal da Saúde, Sandro Scarpelini, afirma que o trabalho de com­bate e prevenção à doença na ci­dade está sendo feito sem trégua, com arrastões de limpeza sema­nais e intensificação das ações diárias, mesmo com a pandemia de coronavírus

As equipes de agentes de Combate a Endemias estão nas ruas em campanhas de cons­cientização, treinamentos de equipes e nebulização. Oitenta por cento dos casos estão nas ca­sas das pessoas e a conscientiza­ção da população é fundamen­tal. Cada morador deve cuidar do seu quintal, eliminando focos de água parada para que o mos­quito não se desenvolva.

Dos 14.253 casos confirma­dos até agora, 2.904 são de janei­ro, 6.004 de fevereiro, 4.207 de março. 1.037 de abril e 101 de maio. No mesmo mês de 2019 foram 4.840, queda de 97,9%, ou 4.739 a menos. O número de ví­timas do Aedes aegypti em 125 dias deste ano está 18,4% acima das 12.033 pessoas infectadas nos primeiros cinco meses do exercício anterior, acréscimo de 2.220, e já representa 98,8% do total de 2019 inteiro (14.421).

Em 2019, três pessoas mor­reram em Ribeirão Preto víti­mas de dengue hemorrágica – não registrava óbito em decor­rência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não re­sistiram aos vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. Em 2020, já ocorreram cinco mortes na ci­dade, mas um caso é importado e outro está sob investigação – no total, sete exames aguardam resultado e estão à espera de confirmação.

A menina Maria Gabriela Quintino, de oito anos, faleceu na metrópole vítima de hemor­ragia intestinal causada pela dengue, mas a infecção ocor­reu em São Simão. Ainda há dúvidas em relação à morte de Jacqueline Michele Jorge, de 26 anos. A jovem morreu em 2 de maio com quadro de dengue he­morrágica, segundo a SMS.

Estava internada no Hos­pital Santa Lydia desde 29 de abril, quando foi constatada a gravidade da doença. A pacien­te também apresentava quadro de síndrome respiratória agu­da grave (Srag) e a Secretaria Municipal da Saúde aguarda o resultado do exame para con­firmar se a mulher foi infectada pelo novo coronavírus.

No dia 6, o estudante de pe­dagogia Marlon Victor Barbosa Soares, de 25 anos, morreu ví­tima do Aedes aegypti – ainda aguarda confirmação. Em feve­reiro, Denis Bryan Souza Ro­drigues, de 10 anos, também foi a óbito. Foi o primeiro caso de autóctone de morte na metró­pole. Ainda em fevereiro, Ribei­rão Preto registrou o segundo caso autóctone de morte por dengue hemorrágica. Laurindo de Felippo, um senhor de 72 anos que estava internado havia três dias na Unidade de Emer­gência do Hospital das Clínicas (HC-UE), não resistiu.

Neste ano, a maioria das ví­timas do mosquito tem entre 20 e 39 anos (5.202). Depois aparecem os adultos de 40 a 59 anos (3.503), jovens de dez a 19 anos (2.304), idosos com mais de 60 anos (1.602), crianças de 5 a 9 anos (954), de um a quatro anos (538) e menores de um ano (150). Em 2020, os casos de den­gue foram registrados nas regi­ões Oeste (3.279), Leste (3.212), Sul (3.118), Norte (3.051), Cen­tral (1.591) e dois não têm iden­tificação de distrito.

Chikungunya
Ribeirão Preto não tem casos de chikungunya, zika vírus e fe­bre amarela neste ano, mas tem quatro de sarampo confirmados e investiga mais um – doze já foram descartados –, segundo o Boletim Epidemiológico da Se­cretaria Municipal da Saúde.

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