Ribeirão Preto enfrenta mais uma epidemia de dengue, desta vez de nível 2. Nesta quarta-feira, 6 de março, a Secretara Municipal da Saúde atualizou os dados de casos confirmados este ano. Já são 4.805 ocorrências, além de 12.638 sob investigação. Uma semana atrás eram 3.863. Em sete dias, o Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e da febre chikungunya – fez mais 942 vítimas, aumento de 24,39%.
Na semana anterior, a alta havia sido de 55,27%, de 2.488 para 3.863, com mais 1.375 ocorrências. Ou seja, o avanço da doença dá sinais de desaceleração, mas a população não pode baixar a guarda. Duas mortes já foram confirmadas este ano, de um jovem e uma idosa, ambas em janeiro. Foram nove no ano passado – três em março, duas em abril, duas em maio, uma em junho e uma em dezembro. Em menos de seis anos já são 25 óbitos.
A média diária neste ano é de 74 ocorrências, uma a cada 19 minutos e 30 segundos, aproximadamente. Os dados são do período entre 1º de janeiro e a última terça-feira, 5 de março. São 194 notificações de casos suspeitos por dia. Março já tem 24 pacientes infectados. Fechou fevereiro com 2.325 casos, 80 a cada 24 horas, um a cada 18 minutos.
São 135 a menos que os 2.460 de janeiro, queda de 5,49%. Na comparação com o segundo mês de 2023, quando 888 pessoas pegaram dengue, o aumento chega a 161,82%. São 1.437 a mais. Em relação aos 3.766 do primeiro trimestre do ano passado, já são 1.039 a mais, avanço de 27,59% em apenas 65 dias de 2024. Os dados são atualizados semanalmente, com possibilidade de alterações pontuais
De acordo com a secretária da Saúde, Jane Aparecida Cristina, o índice predial de infestação larvária em janeiro era de 12%. Significa que a cada 100 casas visitadas em Ribeirão Preto, em doze foram encontrados criadouros do Aedes aegypti. Mais: em cada criadouro havia cerca de 300 larvas, em média.
A maioria está em vasos, pneus e ralos. Ribeirão Preto fechou o ano passado com 12.301 casos de dengue, 4.819 a mais que os 7.482 do período anterior, crescimento de 64,40%. A média diária em 2023 ficou em 34. Em pouco mais de 14 anos, a cidade já registrou 165.669 casos de dengue. Há 21 ocorrências de febre chikungunya em 2024, cinco importadas. No ano passado, foram 115, sendo 101 autóctones.
Faixa etária – No ano passado, das 12.301 vítimas, 4.453 pessoas têm entre 20 e 39, outras 3.035 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 2.028 estão entre 10 e 19 anos, 1.455 têm mais 60 anos, 948 são crianças de 5 a 9 anos, 321 têm entre 1 e 4 anos e 61 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 3.907 casos na Zona Leste, 2.89 na Oeste, 2.114 na Norte, 1.924 na Sul e 1.461 na Central.
Neste ano, 1.518 pessoas têm entre 20 e 39, outras 1.179 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 868 estão entre 10 e 19 anos, 633 têm mais 60 anos, 386 são crianças de 5 a 9 anos, 188 têm entre 1 e 4 anos e 33 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 1.468 casos na Zona Leste, 1.193 na Norte, 819 na Sul, 652 na Oeste e 549 na Central, além de 124 sem identificação de distrito.
Jane Aparecida Cristina pede a colaboração da população para evitar sobrecarga no sistema de saúde. Atualmente, hospitais públicos e particulares da cidade já registraram aumento nas internações por dengue. “Setenta por cento dos criadouros do mosquito estão dentro das casas”, ressalta.
A secretaria diz que, somente nos mutirões do ano passado, foram recolhidos 60 toneladas de materiais inservíveis, entre eles cinco mil pneus. Em janeiro de 2024, a coleta chegou a 17 toneladas, além de mais de 27 toneladas em quatro eventos de fevereiro e cinco toneladas no “Dia D”, em 2 de março, totalizando 49 toneladas apenas no primeiro bimestre.
Estado – Na terça-feira, São Paulo decretou emergência para a dengue. A decisão ocorreu após o Estado atingir a marca de 300 casos por 100 mil habitantes. Já confirmou 138.259 casos da doença, enquanto soma mais de 361,6 mil notificações de infecção provável. Ao todo, 31 pessoas morreram. Outros 122 óbitos estão em investigação. Desse total de pacientes, 1.821 apresentaram ou apresentam sinais de alarme, enquanto 169 evoluíram para o quadro grave.
Óbitos ocorreram em 21 municípios, sete deles em seis cidades da macrorregião: Ribeirão Preto (dois), Bebedouro (um), Franca (um), Restinga (um), Batatais (um), Serrana (um), Bariri (dois), Bauru (um), Pederneiras (dois), Bragança Paulista (um), Campinas (um), São Paulo (dois), Marília (três), Guarulhos (três), Suzano (um), Mauá (um), Parisi (um), Votuporanga (um), Pindamonhangaba (dois), Taubaté (dois) e Tremembé (um).
Casos de dengue em Ribei
rão Preto
2009 – 1.700
2010 – 29.637
2011 – 23.384
2012 – 317
2013 – 13.179
2014 – 398
2015 – 4.419
2016 – 35.043
2017 – 248
2018 – 270
2019 – 14.520
2020 – 17.606
2021 – 360
2022 – 7.482
2023 – 12.301
2024 – 4.805 *
Total desde 2009: 165.669
* Até 5 de março