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Casos de dengue avançam a 3.213

© Reuters/Paulo Whitaker/Direitos Reservados

O número de casos de den­gue em menos de quatro meses deste ano, em Ribeirão Preto, está perto de superar o mon­tante registrado no mesmo período de 2022 e a cidade já teme nova epidemia. O volu­me de chuva bateu recordes no município no verão e início de outono. Somado à falta de atenção e cuidado da popula­ção, propiciou o surgimento de criadouros e a proliferação do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e das febres chikungunya e amarela na área urbana.

Ribeirão Preto registrou 3.213 casos de dengue entre 1º de janeiro e quarta-feira, 19 de abril, 545 a menos que os 3.758 de todo o primeiro qua­drimestre de 2022, queda de 14,5%. Ainda há 9.308 em in­vestigação. São 541 ocorrên­cias em abril, bem abaixo das 2.488 do mesmo período do ano passado, recuo de 78,25% e 1.947 a menos.

Em março já são 1.469 ocorrências, 445 a mais que as 1.024 do terceiro mês de 2022, aumento de 43,45%. Em feve­reiro foram confirmados 806 e em janeiro, mais 397. O núme­ro de casos de dengue no ano passado, em Ribeirão Preto, é 20 vezes superior ao total de 2021 inteiro. Entre 1º de janei­ro e 31 de dezembro, a cidade contabilizava 7.483 vítimas do mosquito Aedes aegypti, con­tra 360 de 2021.

Morte
São 7.123 a mais em 2022 e alta de 1.979%. A média de in­fecções no ano passado foi de 20 pacientes por dia na cida­de, quase um por hora. Neste ano é de 29. Os números mu­dam todo mês. O município registrou uma morte em de­corrência da doença em 2022, segundo a Secretaria Munici­pal da Saúde. A vítima é uma senhora de 65 anos portadora de comorbidades. Em 2021 não houve óbitos na cidade.

Em 2020, ocorreram onze mortes, mas um caso era im­portado de São Simão. No total oficial, Ribeirão Preto fechou 2020 com dez ocorrências fa­tais, sete a mais do que os três falecimentos de 2019, alta de 233,3%. O número de dez mortos pelo Aedes aegypti é o maior em pelo menos seis anos (desde 2016). Antes de 2019, a cidade não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus.

Por mês
O aumento de casos da do­ença acende o sinal de alerta na cidade, ainda com volume de chuva bem acima da média para o período. Em 2021, o nú­mero de casos despencou em Ribeirão Preto, na comparação com o ano anterior. Segundo dados do Boletim Epidemio­lógico, divulgado pela Secre­taria Municipal da Saúde, em 2020 foram registrados 17.606. Ou seja, a queda é de 98%, ou 17.246 a menos.

Faixa etária
A última vez que Ribeirão Preto declarou epidemia de den­gue foi há três anos, desde a pri­meira metade de 2020, a sexta em onze anos. Na época, a mé­dia diária de pessoas diagnosti­cadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti em 365 dias foi de 48, duas por hora.

Em 2022, as pessoas com idade entre 20 e 39 anos foram as principais vítimas do mos­quito com 2.892 ocorrências, seguidas por quem tem entre 40 e 59 anos (1.842), crianças e adolescentes de 10 a 19 anos (1.147), idosos de 60 anos ou mais (771), crianças de 5 a 9 anos (517), de 1 a 4 anos (261) e menos de um ano (53).

Neste ano, das 3.213 víti­mas, 1.046 pessoas têm entre 20 e 39 anos, outras 859 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 498 es­tão entre 10 e 19 anos, 455 têm mais de 60 anos, 244 são crian­ças de 5 a 9 anos, 100 têm entre 1 e 4 anos e onze são bebês com menos de 1 ano de idade. São 1.350 casos na Zona Leste, 521 na Oeste, 466 na Norte, 413 na Central e 406 na Sul e, além de 57 sem identificação de distrito.

Em 14 anos, Ribeirão Pre­to já registrou 152.046 casos de dengue, mas este número pode ser quatro vezes superior – de 608.184. Em 2021, a cida­de também teve dois casos de febre chikungunya importados da Praia Grande, no litoral Sul de São Paulo, e Goiânia, capital do Estado de Goiás. Em 2022 foram cinco ocorrências, quatro vindos de fora. Neste ano são onze casos, seis importados.

Não há casos de zika vírus e febre amarela em 2021, 2022 e neste ano. Em 2019, a cidade re­gistrou 79 casos de sarampo. Em 2020, mais quatro, totalizando 83 desde então. Não há ocorrências nos três últimos anos. Oitenta por cento dos focos de dengue estão dentro das casas do muni­cípio. A prefeitura tem realizado vários mutirões para recolher criadouros do vetor, mas a popu­lação tem de colaborar.

Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700 casos
2010 – casos
2011 – 23.384 casos
2012 – 317 casos
2013 – 13.179 casos
2014 – 398 casos
2015 – 4.689 casos
2016 – 35.043 casos
2017 – 246 casos
2018 – 271 casos
2019 – 14.520 casos
2020 – 17.606 casos
2021 – 360 casos
2022 – 7.483 casos
2023 – 3.213 casos

Total desde 2009: 152.046, mas estudo da SMS aponta que o número pode ser quatro vezes superior, de 608.184

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