Ribeirão Preto enfrenta mais uma epidemia de dengue, desta vez de nível 2. Nesta quarta-feira, 21 de fevereiro, a Secretara Municipal da Saúde atualizou os dados de casos confirmados este ano. Já são 2.488 ocorrências este ano, além de 7.810 sob investigação. Uma semana atrás eram 1.828. Em sete dias, o Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e da febre chikungunya – fez mais 660 vítimas, aumento de 36,11%.
Na semana anterior, a alta havia sido de 42,92%, de 1.279 para 1.828, com mais 549 vítimas do vetor. A média diária neste ano é de 49 ocorrências, uma a cada 29 minutos, aproximadamente. Os dados são do período entre 1º de janeiro e terça-feira, 20 de fevereiro. São 153 notificações de casos suspeitos por dia. Fevereiro já tem 616 pacientes infectados, 31 por dia, um a cada 46 minutos.
São 1.872 em janeiro, ante 801 de dezembro, 1.071 a mais e alta de 133,71%. Na comparação com o primeiro mês de 2023, quando foram 402 pessoas pegaram dengue, o aumento chega a 365,67%. São 1.470 a mais. na comparação com os 1.291 do primeiro bimestre do ano passado, são 1.197 a mais, avanço de 92,72%
Até agora, segundo a Secretaria Municipal da Saúde, não há nenhum óbito confirmado em 2024. Até o início do mês havia uma morte sob investigação, de uma idosa que estava com a doença e faleceu. Foram oito falecimentos em decorrência da doença em 2023, três em março, duas em abril, duas em maio e uma em junho. Em 2022 ocorreu um óbito.
De acordo com a secretária da Saúde, Jane Aparecida Cristina, o índice predial de infestaç
ão larvária em janeiro era de 12%. Significa que a cada 100 casas visitadas em Ribeirão Preto, em doze foram encontrados criadouros do Aedes aegypti. Mais: em cada criadouro havia cerca de 300 larvas, em média.
A maioria está em vasos, pneus e ralos. Ribeirão Preto fechou o ano passado com 12.292 casos de dengue, 4.810 a mais que os 7.482 do período anterior, crescimento de 64,29%. A média diária em 2023 ficou em 34. Em pouco mais de 14 anos, a cidade já registrou 163.343 casos de dengue. Há 15 ocorrências de febre chikungunya, cinco importadas. No ano passado, foram 115, sendo 101 autóctones.
Faixa etária – No ano passado, das 12.258 vítimas, 4.449 pessoas têm entre 20 e 39, outras 3.030 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 2.026 estão entre 10 e 19 anos, 1.456 têm mais 60 anos, 949 são crianças de 5 a 9 anos, 321 têm entre 1 e 4 anos e 61 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 3.908 casos na Zona Leste, 2.888 na Oeste, 2.113 na Norte, 1.923 na Sul e 1.460 na Central.
Neste ano, 764 pessoas têm entre 20 e 39, outras 595 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 481 estão entre 10 e 19 anos, 340 têm mais 60 anos, 196 são crianças de 5 a 9 anos, 92 têm entre 1 e 4 anos e 20 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 712 casos na Zona Leste, 608 na Norte, 474 na Sul, 315 na Central e 301 na Oeste, além de 78 sem identificação de distrito.
Jane Aparecida Cristina pede a colaboração da população para evitar sobrecarga no sistema de saúde. Atualmente, hospitais públicos e particulares da cidade já registraram aumento nas internações por dengue. “Setenta por cento dos criadouros do mosquito estão dentro das casas”, ressalta.
A secretaria diz que, somente nos mutirões do ano passado, foram recolhidos 60 toneladas de materiais inservíveis, entre eles cinco mil pneus. Em janeiro de 2024, a coleta chegou a 17 toneladas, além de mais de 16 toneladas em três eventos de fevereiro.
O número de mortos por dengue no estado de São Paulo neste ano subiu para 17, segundo a Secretaria Estadual da Saúde. As mortes foram registradas nas cidades de Bauru (uma), Batatais (uma), Bebedouro (uma), Franca (uma), Guarulhos (uma), Matão (uma), Marília (duas), Parisi (uma), Pederneiras (duas), Pindamonhangaba (duas), Tremembé (uma), Taubaté (duas) e na coital (uma).
Entre os dias 1º de janeiro e esta quarta-feira, foram confirmados 75.568 casos de dengue em todo o estado, de acordo com o painel de monitoramento da Secretaria de Saúde. Segundo a secretaria, 52.792 casos estão em investigação. Em todo o ano passado, o estado registrou 321.289 casos de dengue.
No ano passado, Ribeirão Preto também enfrentou epidemia de dengue, mas de nível 1, que não é tão grave quanto a atual. Com a retomada das aulas na rede pública após o carnaval, os Ministérios da Saúde e da Educação iniciaram nesta quarta-feira uma campanha de mobilização contra a dengue nas escolas. A proposta é ampliar o combate ao mosquito Aedes aegypti e conscientizar a população sobre o aumento dos casos da doença no país.
A ação faz parte do Programa Saúde na Escola, reestruturado no ano passado. Ao todo, serão 20 semanas de atividades em meio à comunidade escolar. A expectativa é de que 25 milhões de estudantes sejam orientados sobre o combate a arboviroses em mais de 102 mil instituições públicas de ensino.
Ao longo dos próximos meses, as escolas vão realizar atividades lúdicas sobre o tema, com gincanas, teatros educativos, oficinas criativas, palestras, murais da prevenção e concursos para engajar crianças, adolescentes e jovens no combate à dengue. O programa vai divulgar ainda guias educativos, podcasts, vídeos e lives com especialistas.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700
2010 – 29.637
2011 – 23.384
2012 – 317
2013 – 13.179
2014 – 398
2015 – 4.419
2016 – 35.043
2017 – 248
2018 – 270
2019 – 14.520
2020 – 17.606
2021 – 360
2022 – 7.482
2023 – 12.292
2024 – 2.488 *
Total desde 2009: 163.343
* Até 20 de fevereiro
Eliminação do Aedes aegypti
• Eliminar pratos de plantas ou utilizar um prato justo ao vaso, que não permita acúmulo de água;
• Descartar pneus usados em postos de coleta da prefeitura;
• Retirar objetos que acumulem água de quintais, como potes e garrafas;
• Verificar possíveis vazamentos em qualquer fonte de água;
• Tampar ralos;
• Manter o vaso sanitário sempre fechado;
• Identificar sinais de umidade em calhas e lajes;
• Verificar a presença de organismos vivos em águas de piscinas ou fontes ornamentais.