Segundo o último Boletim Epidemiológico, divulgado nesta quarta-feira, 15 de agosto, pela Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a dengue avançou em 2018 e a população relaxou em relação à eliminação de criadouros do mosquito. O número de vítimas do Aedes aegypti aumentou 227,7% em sete meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2017, saltando de 65 para 213 – mais de três vezes acima –, com 148 ocorrências a mais. Na comparação entre os meses de julho, houve leve queda, de 18,2%, de onze para nove, menos dois pacientes.
Quando a comparação é feita com o mesmo mês de 2016, ano em que houve epidemia na cidade e 23 casos em 30 dias, a queda é de 60,8%, com 14 registros a menos. Neste ano foram 45 casos em janeiro, 37 em fevereiro, 28 em março, 42 em abril, 35 em maio, 17 em junho e nove em julho. Das 213 pessoas picadas pelo Aedes aegypti, 64 moram na Zona Leste, mais 54 na Oeste, 45 na Norte, 31 na Sul e 14 na Central, além de cinco sem identificação de distrital. No ano passado inteiro, o vetor fez 246 vítimas, 99,3% a menos que as 35.043 do ano anterior, 34.797 a menos – a quantidade de 2017 é a menor em dez anos.
A cidade também tem 957 notificações sob investigação. Os 213 casos de 2018 representa 86,6% do total do ano passado. Já para a chikungunya não houve nenhum caso confirmado em julho. No mesmo período do ano passado, duas ocorrências da doença foram confirmadas na cidade. Ribeirão Preto tem quatro pessoas com a febre transmitida pelo Aedes aeghypti – uma em março, uma em abril, uma em maio e outra em junho. No entanto, fechou 2017 com aumento de 344,4%. Os dados mostram que o total saltou de nove para 40, com 31 pacientes a mais no ano passado. Não há casos de zika vírus, microcefalia ou febre amarela.
Segundo o mais recente Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), divulgado pelo Ministério da Saúde, Ribeirão Preto está na lista de 1.153 municípios brasileiros (22%) que apresentaram alto índice de infestação, com risco de surto para dengue, zika e chikungunya – o de predial (IIP), que mede a quantidade de criadouros do mosquito transmissor das doenças e também da febre amarela na área urbana, é de 5,3% no município. Significa que a cada 100 imóveis ribeirão-pretanos, mais de cinco têm focos do vetor. A cidade fechou 2017 em alerta. Na época, o IIP estava em 1,3% – inferior ao de 2016, de 1,6%.
Segundo o secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, os números registrados estão sob controle, mas não deixam de ser um sinal de alerta. Embora a alta seja proporcionalmente pequena, levando-se em consideração a epidemia que assolou Ribeirão Preto no início de 2016, é preciso ter consciência sobre os cuidados a serem tomados.
Várias ações de combate ao mosquito são realizadas quinzenalmente, como vistorias em depósitos de pneus usados e de ferro velho, oficinas de desmanche de veículos, borracharias, cemitérios e outros. Também faz bloqueio de controle de criadouros com nebulização e vistorias em imóveis especiais bimestralmente: edificações não residenciais de grande porte (comerciais, industriais e públicas), por exemplo.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2007 – confirmados 2.723 casos
2008 – confirmados 1.056 casos
2009 – confirmados 1.697casos
2010 – confirmados 29.637 casos
2011 – confirmados 23.384 casos
2012 – confirmados 310 casos
2013 – confirmados 13.179
2014 – confirmados 398 casos
2015 – confirmados 4.689 casos
2016 – confirmados 35.043 casos
2017 – confirmados 246 casos
2018 – confirmados 213 casos *
* O ano ainda não acabou