O Hospital Israelita Albert Einstein confirmou, na noite de quarta-feira, 11 de março, 16 novas infecções pelo novo coronavírus. Como o resultado desses exames saiu nas últimas horas do dia, esses casos ainda não foram notificados ao Ministério da Saúde, já que as unidades de saúde têm até 24 horas para informar a pasta sobre os registros da doença.
Com os novos casos, e contando com uma nova confirmação na Bahia, sobe para 69 o número de infecções confirmadas no País. Além das 16 registradas nesta quarta-feira pelo Albert Einstein, 52 já haviam sido divulgadas nesta tarde pelo ministério. O balanço da pasta marcava um pulo de 15 casos em relação ao divulgado mais cedo, quando o sistema da pasta havia contabilizado 37 casos.
A maioria das novas pessoas infectadas veio de São Paulo, que saiu de 19 para 30 – mas com os casos do Albert Einstein já chega a 46. O Rio de Janeiro foi de dez para 13 casos confirmados. Brasília subiu de uma para duas pessoas nessa situação. Além desses estados, já tiveram casos identificados a Bahia (três) e o Rio Grande do Sul (dois), além de Alagoas, Minas Gerais e Espírito Santo (um cada). Entre as duas atualizações, os casos suspeitos saíram de 876 para 907. Já os casos descartados também aumentara, de 880 para 935.
De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, desde o início da circulação do vírus no País, 38 infecções já foram confirmadas no Albert Einstein, mas 22 já haviam sido informadas ao governo. Nos últimos dias, a instituição têm registrado aumento exponencial no número de pacientes suspeitos que procuram o pronto-atendimento. O número de testes para a doença realizados na unidade passou de 259 no dia 9 de março para 492 nesta quarta.
Em nota, o governo da Bahia disse que o novo caso desta quarta-feira, o terceiro no Estado, foi confirmado em uma mulher de 68 anos que teve contato domiciliar com a segunda paciente quando esta ainda estava assintomática. Agora, a nova paciente encontra-se com sintomas leves e está em isolamento domiciliar, adotando as medidas de precaução de contato.
No panorama global, o número de casos continua subindo. Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, que monitora o novo coronavírus em parceria com institutos e ministérios de saúde de diversos países, 121.564 pessoas foram diagnosticadas com Covid-19. O número de mortes, no momento da reportagem, é de 4.373. O número de pessoas que não apresentam mais sintomas após terem sido diagnosticadas – portanto, consideradas curadas – está em 66.239.
Foco nos idosos
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou ontem ao divulgar boletim de atualização sobre o novo coronavírus que o foco das ações está em “proteger idosos e pessoas com saúde debilitada, principal grupo de risco do coronavírus”. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou na abertura da sessão que o Congresso adotará medidas sanitárias para prevenir a disseminação do coronavírus.
Na tarde desta quarta-feira (11), o ministro da Saúde disse que serão liberados R$ 5 bilhões de emendas do relator do Orçamento para ações de saúde, recursos que poderão ser aplicados em compras de máscaras, luvas e materiais desinfetantes. Um membro do Legislativo, ainda não definido, será convidado para compor um comitê das despesas para conter o coronavírus.
O caso mais grave até o momento foi registrado em Brasília (DF). O marido de uma paciente já diagnosticada com a doença também recebeu resultado positivo, após ser obrigado pela Justiça do Distrito Federal a fazer o exame. Sobre esse caso especificamente, o ministro Luiz Henrique Mandetta lembrou que posturas como essa do paciente podem representar um risco à saúde pública por conta da circulação não controlada do vírus.
“Se nós formos para esse quadro com esse tipo de comportamento, será muito difícil. Entendamos que, no momento, temos que fazer aquilo que está ao alcance das mãos de todos os brasileiros. Lavem as mãos, se estiver gripado, resfriado, não visite pessoas idosas”, recomendou Mandetta. O homem, além de se recusar a fazer o teste – que deu positivo para o Covid-19 –, se negou a ficar em isolamento ou quarentena e circulou pela capital federal sem qualquer precaução.
Médicos
O Ministério da Saúde publicou na noite desta quarta-feira dois editais de chamamento público para a contratação de médicos, no âmbito do Projeto Mais Médicos para o Brasil, com foco em ações do plano de contingência nacional para infecção humana pelo novo coronavírus. Os editais estão publicados em edição extra do Diário Oficial da União. O chamamento atende aos municípios e Distrito Federal de todos os perfis, ou seja, beneficia também cidades grandes, onde o ministério da Saúde acredita que a incidência de novos casos de coronavírus deve ser maior.