Tribuna Ribeirão
Justiça

Caso Guimarães – Caixa vai pagar R$ 10 mi por assédio

A juíza Simone Soares Ber­nardes, da 10ª Vara do Traba­lho de Brasília, homologou na quarta-feira, 26 de abril, acordo fechado entre o Ministério Pú­blico do Trabalho no Distrito Federal e Caixa Econômica Fe­deral na esteira dos episódios de assédio sexual e moral denun­ciados por funcionários do ban­co implicando o ex-presidente da instituição, Pedro Guimarães.

Ele tem vindo a Ribeirão Preto com frequência para en­contros com ruralistas. Com a decisão, é encerrada a ação civil pública movida pela Procurado­ria contra a empresa pública, por supostamente “tolerar” as práti­cas. O MPT atribuía ao banco “omissão” na investigação das denúncias formalizadas inter­namente. A parcela do proces­so que atinge Pedro Guimarães segue tramitando na Justiça do Trabalho de Brasília, em sigilo.

O MPT pede que o ex-presi­dente da Caixa seja condenado a pagar R$ 30,5 milhões pelos episódios de assédio. A ação em questão foi movida após três meses de investigação pela Procuradoria do Trabalho, que ouviu 38 testemunhas. Segundo o órgão, as “vítimas relataram desde toques físicos em partes íntimas, sem consentimento, até convites constrangedores e punições em razão de recusa às investidas de Pedro Guimarães”.

No acordo fechado com o Ministério Público do Trabalho, a Caixa se comprometeu a pagar R$ 10 milhões a título de indeni­zação por dano moral coletivo. O valor será revertido “a instituições sem fins lucrativos voltados para a proteção dos direitos transindi­viduais dos trabalhadores ou de cunho social, cuja atividade seja de notório interesse público”.

As entidades ainda serão de­signadas pelo MPT. A Caixa tem 30 dias, a partir da homologação, para depositar o montante em conta judicial. Além do valor re­lativo aos danos morais, o acordo assinado entre a Caixa e o pro­curador do Trabalho Paulo Neto estabelece uma série de medidas a serem cumpridas pelo banco.

A presidente da Caixa, Ma­ria Rita Serrano, afirmou que o banco entrará com ação na Justi­ça contra Pedro Guimarães, ex­-presidente da instituição, para pedir o ressarcimento de valores que o banco vai ter que pagar em função de acordo com a Justiça do Trabalho em processo envol­vendo as denúncias contra Gui­marães de abuso sexual.

O texto validado na última quarta-feira prevê multa de R$ 5 mil diária em caso de des­cumprimento de qualquer uma das cláusulas do acordo. O valor deverá ser multiplicado pelo nú­mero de irregularidades identifi­cadas, com o teto de R$ 150 mil.

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