Brittney é a segunda ex-funcionária da Cambridge Analytica a dar detalhes sobre como a companhia usou dados de usuários do Facebook para ações de manipulação política. O primeiro foi Christopher Wylie, que revelou aos jornais The New York Times e The Observer, de Londres, há cerca de um mês como a empresa havia se associado ao pesquisador da Universidade de Cambridge, Aleksandr Kogan, que desenvolveu um quiz para coletar informações de mais de 50 milhões de usuários da rede social – posteriormente, o Facebook informou que dados de mais de 87 milhões de usuários haviam sido acessados pelo app de Kogan, por meio da interface de programação de aplicativos (API) do Facebook.
A ex-funcionária da Cambridge Analytica citou o aplicativo de quiz Sex compass (Bússola sexual, em tradução literal) como um dos outros aplicativos que coletaram dados e os venderam à consultoria. Contudo, Brittney disse não conhecer detalhes sobre quantos usuários do Facebook tiveram seus dados coletados por esses outros aplicativos. Durante a audiência, ela também informou que haveria um terceiro aplicativo fazendo o mesmo, chamado Music Personality (Personalidade musical, em tradução literal).
Investigação
O depoimento de Brittney faz parte de uma série de audiências que estão sendo realizadas pelo comitê de Digital, Cultura, Mídia e Esportes do Parlamento britânico, depois que o escândalo sobre o uso ilícito de dados de mais de 87 milhões de usuários do Facebook foi revelado. Eles tentam determinar de que forma dados pessoais de cidadãos do Reino Unido foram utilizados pela consultoria numa tentativa de manipular o referendo que acabou por determinar a saída do Reino Unido da União Europeia, em junho de 2016. A consultoria também usou os dados para uma tentativa de manipulação das eleições dos Estados Unidos em 2016
Em paralelo à investigação, o Facebook afirma que investiga outros aplicativos que tiveram acesso a grandes conjuntos de dados de usuários antes de 2014, quando a rede social fez mudanças em sua plataforma para restringir o acesso de dados por terceiros. Em depoimento no Congresso americano na semana passada, Mark Zuckerberg afirmou que o Facebook não encontrou casos similares ao da Cambridge Analytica até agora. Procurado pelo site de tecnologia TechCrunch, o Facebook disse que vai conduzir uma auditoria completa em qualquer aplicativo suspeito. “Se nós acharmos desenvolvedores que usaram informações de forma errada, vamos baní-los e avisar a todos os afetados”, disse a empresa, em nota.