Depois de nove horas na sala de cirurgia, a jovem Débora Stefanny Dantas de Oliveira, de 19 anos, está consciente e se alimenta normalmente no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Especializado, em Ribeirão Preto. No sábado, 24 de agosto, ela foi submetida a um transplante de pele e músculo que durou nove horas. Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido: o tratamento deve durar dois anos.
A jovem teve o couro cabeludo arrancado por um kart em Recife (PE), no dia 11 de agosto. O cirurgião plástico chefe da equipe que operou a garota, Daniel Álvaro Alvarez Lazo, afirma que Débora Stefanny voltou ao centro cirúrgico na manhã desta segunda-feira (26) para o primeiro curativo e a cicatrização está transcorrendo conforme o esperado.
Segundo ele, a cirurgia foi um sucesso. “Não só a pele, como o músculo, estão cobrindo completamente todo o crânio”, disse Lazo à EPTV Ribeirão, destacando que a possibilidade de complicação é quase nula. “A coisa vai muito bem, nada acontece, não há surpresas”, completou. A jovem pernambucana deve retornar ao centro cirúrgico ao menos três vezes por semana para refazer os curativos – a cabeça está coberta por faixas e um capacete de gesso.
Ela também deve ser submetida a outras cirurgias reconstrutivas ao longo do próximo mês. Segundo Daniel Lazo, o tratamento será por etapas e em dez ou 15 dias serão feitos enxertos de pele parcial. Na cirurgia de sábado (24), Débora Stefanny foi submetida a um transplante de pele e músculo retirados das costas dela mesma.
O procedimento envolveu dois anestesistas e cinco microcirurgiões. Dois dias antes, a equipe havia reconstruído as pálpebras superiores e parte da testa da jovem. Os médicos também precisaram religar artérias e veias, para garantir o fluxo de sangue no local. A equipe precisou de destreza, afinal, os vasos sanguíneos têm cerca de dois milímetros de espessura e os fios cirúrgicos são seis vezes mais finos que um fio de cabelo.
Além dos procedimentos, Débora será submetida a um tratamento em câmara hiperbárica. Dentro desse equipamento, o paciente fica exposto a oxigênio 100% puro e em pressão maior que a atmosférica. O objetivo das sessões é auxiliar no processo de cicatrização. No domingo (25), o namorado de Débora, o microempresário Eduardo Tumajan, disse que a jovem está “esperançosa” com o tratamento realizado em Ribeirão Preto.
Tumajan afirmou ainda que os dois têm recebido muitas mensagens de carinho e apoio. A assessoria do Walmart informou que desde o acidente tem prestado todo o suporte necessário à Débora. Tanto o transporte dela, quanto do noivo, de Recife para Ribeirão Preto, assim como o tratamento médico particular, estão sendo custeados pela empresa.