Tribuna Ribeirão
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Caso Beagá – Bar Beagá Bar decide encerrar atividade

Instalado no cruzamento das ruas Cerqueira César com João Penteado, no Jardim Sumaré, Zona Sul de Ribeirão Preto, o Beagá Bar encerrou atividades definitivamente depois de 16 meses funcionando. A morte do empresário Miguel Francis­co Puga Barbosa, de 24 anos, em 26 de maio, resultou na decisão de “fechar as portas”. Vinte funcionários tiveram seus contratos trabalhistas rescindi­dos e o imóvel já foi devolvido ao proprietário.

Na semana passada, o advoga­do da família de Miguel Barbosa, empreiteiro que morreu após levar um golpe conhecido como “mata-leão” do controlador de acesso do Beagá Bar, teve acesso ao laudo do Instituto Médico Legal (IML) – documento foi entregue à Polícia Civil e registra asfixia mecânica e estrangulamento como as causas da morte do empresário.

O legista Bernardo Sousa Fer­nandes, do IML de Ribeirão Pre­to, assina o laudo emitido em 29 de maio. O advogado Leonardo Afonso Pontes, que trabalha para a família de Barbosa, informa que a conclusão foi “asfixia mecânica em decorrência de constrição do pescoço na modalidade estran­gulamento antebraquial”. Ou seja, apesar de o leão de chácara Jona­than William Bento, de 26 anos, afirmar que não teve a intenção de matar o jovem, o golpe teria sido crucial para o óbito.

A Polícia Civil investiga o caso. O advogado diz que “o bar é o responsável porque não preservou a integridade de um cliente, à medida que o segu­rança extrapolou – e muito –, o que era minimamente razoável”, afirma. O Beagá Bar divulgou nota em que lamenta o ocorrido e ressalta repudiar qualquer ato de violência e permanece fecha­do desde a noite da ocorrência. A defesa de Jonathan Bento ale­ga que a morte de Barbosa foi uma fatalidade. O advogado de defesa de Bento, Gustavo Penna, diz que não houve dolo.

No último dia 4, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) con­cedeu liberdade provisória a Jona­than William Bento, que deixou o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pontal. Vai responder por homicídio doloso, quando há a intenção de matar. Barbosa foi sepultado no Cemitério Bom Pas­tor, em Ribeirão Preto, no dia 27, sob forte comoção. Amigos e fa­miliares prestaram as últimas ho­menagens ao jovem empreiteiro.

A confusão no bar teria co­meçado por conta de uma foto feita após uma reclamação sobre a demora no atendimento do local. Uma amiga de Barbosa, a advoga­da Débora Oliveira, o aguardava em outro bar e ele enviou a ima­gem da fila para pagamento da conta. Segundo os amigos que es­tavam com o empreiteiro, um dos seguranças mandou ele deletar a foto do celular. O caso aconteceu por volta das 23h10.

As imagens mostram que Mi­guel Barbosa discute com alguém na fila do caixa. Ele dá um soco na pessoa e desaparece do ângulo das câmeras. O vigilante Raildo Seixas quebrou o maxilar ao ser agredi­do. Ele foi levado à Unidade Bási­ca Distrital de Saúde (UBDS) cen­tral e transferido para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) – seria submetido a cirurgia.

Na sequência, o vídeo mos­tra o empreiteiro cercado por um grupo de pessoas, enquanto luta com um homem mais baixo e re­cebe um soco. O segurança Jona­than Willian Bento surge nas ima­gens e segura o empreiteiro por trás, aplicando um “mata-leão”. Barbosa tenta se soltar e é imobili­zado. Mais uma vez, os envolvidos saem do alcance das câmeras, mas algumas pessoas que estavam no bar ficam observando o que acon­tece do lado de fora.

Barbosa chegou a ser socorri­do pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Po­rém, após 40 minutos de proce­dimentos na porta do estabeleci­mento, foi levado para a UBDS Central, mas não resistiu. Jona­than Willian Bento disse na sa­ída da delegacia que não tinha a intenção de matar o empresário e que seu objetivo era defender os seguranças da casa noturna. A Polícia Civil segue com as in­vestigações. Segundo um repre­sentante do bar, Bento foi con­tratado “eventualmente por um grupo que presta serviços de segu­rança para o estabelecimento”.

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