Tribuna Ribeirão
Cultura

Casa de Portinari – Museu passa a exigir ‘passaporte’

FOTO: LEANDRO LÉ

Para reforçar a prevenção no enfrentamento à pande­mia de covid-19 e às varian­tes do coronavírus, o Museu Casa de Portinari anunciou que, desde terça-feira, 11 de janeiro, a apresentação do comprovante de vacinação, o popular “passaporte da vaci­na”, é obrigatória para todos os visitantes.

Quem quiser acessar a antiga casa do artista em Brodowski, cidade da Região Metropolitana, a cerca de 30 quilômetros de Ribeirão Preto, terá de apresentar o comprovante. A determina­ção é da Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari (Acam Portinari), ligada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Esta­do de São Paulo.

A entrada no local será realizada mediante apresen­tação do comprovante físico ou online. O comunicado distribuído à imprensa res­salta ainda que os museus administrados pela Acam Portinari seguem rigorosa­mente todos os protocolos de segurança sanitária, previstos pelo governo do Estado de São Paulo. O uso de máscara facial é obrigatório.

O Museu Casa de Portina­ri está aberto para visitação presencial de terça-feira a do­mingo, das nove às 18 horas, com 100% de ocupação de acordo com a capacidade de público prevista em alvará, mas seguindo todos os pro­tocolos de segurança sanitá­ria para seus funcionários e visitantes.

Como forma de continu­ar a disseminar a cultura, as ações educativas da institui­ção e também o tour virtual permanecem de forma onli­ne pelas mídias sociais e site (@museucasadeportinari e www.museucasadeportinari.org.br). O museu fica na pra­ça Candido Portinari nº 298, Centro de Brodowski. O te­lefone para informações é o (16) 3664-4284.

Candido Portinari
Filho de imigrantes italia­nos nascido em Brodowski, em 30 de dezembro de 1903, Candido Portinari mani­festou sua vocação artística desde criança. Ao longo de sua carreira, pintou mais de cinco mil obras, entre elas os painéis “Guerra e Paz”, ofere­cidos pelo governo brasileiro à sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Estados Unidos.

Morreu em 6 de fevereiro de 1962, aos 58 anos, vítima de intoxicação pelas tintas que utilizava. Criou desde pequenos esboços até gran­des obras, murais e painéis. O artista foi o pintor brasileiro que conseguiu maior pro­jeção internacional devido ao seu talento artístico e sua atuação no cenário cultural e político do Brasil.

O museu
Antiga residência de Candido Portinari, em Bro­dowski, o Museu Casa de Portinari representa a forte ligação do artista com sua terra natal, origens e laços fa­miliares. É o local onde ele re­alizou suas experiências com pinturas murais e se aprofun­dou na técnica ao passar dos anos. Devido às várias obras em pintura mural nas pare­des da casa e em uma capela nos jardins da residência, a preservação do conjunto tor­nou-se imprescindível.

O primeiro passo ocorreu em 9 de dezembro de 1968, quando a casa foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacio­nal (Iphan). No ano seguinte, o imóvel foi desapropriado e adquirido pelo governo de São Paulo e, em 22 de janeiro de 1970, foi tombado pelo Con­selho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Ar­tístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).

Com esforços da família do artista, do município e do Estado, o museu foi instalado e inaugurado em 14 de mar­ço de 1970. O acervo artístico do Museu Casa de Portinari constitui-se, principalmente, de trabalhos realizados pelo artista em pintura mural, nas técnicas de afresco e têmpe­ra, nas paredes da casa. A te­mática é predominantemente sacra, exceto as primeiras experiências do artista neste gênero.

O acervo também con­templa uma coleção de dese­nhos, linguagem expressiva e significativa na produção de Candido Portinari, presente em todos os momentos de sua carreira. O museu ainda abriga objetos de uso pesso­al, mobiliário e utensílios da família, sendo que alguns cômodos permanecem com suas funções originais e ou­tros foram adaptados para salas de exposições.

Capela da Nonna
Candido Portinari man­dou construir, em 1940, uma capela ao lado da casa da avó Pelegrina, que por conta da idade e problemas de saúde não conseguia se locomover até a igreja para orar. Nas pa­redes estão os santos predi­letos da avó, retratados pelo artista com a fisionomia de amigos e parentes. A obra terminou em 1941. A Capela da Nonna é um dos princi­pais espaços do Museu Casa de Portinari.

No espaço estão São Fran­cisco de Assis, Santa Luzia, São Pedro, São João Batista, a Sagrada Família, entre outras figuras sacras admiradas pela família. As imagens dos san­tos têm as formas de parentes e amigos de Portinari, uma tradição presente na pintura do século XV, retomada pelo pintor, principalmente entre artistas flamengos e italianos.

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