Tribuna Ribeirão
Cultura

Casa de Portinari comemora 51 anos

Antiga residência de Candido Portinari, em Brodowski, o Mu­seu Casa de Portinari completa neste domingo, 14 de março, 51 anos de história. Serão publicadas nas redes sociais do espaço cultu­ral fotos da inauguração, em ho­menagem à instituição que há 51 anos promove o acesso à cultura a milhares de pessoas.

Ainda neste dia 14, o “Domin­go com Arte” exibirá o trabalho da artista plástica visual abstracionis­ta Clara Cauchick. A artista ex­pressa sua sensibilidade em telas, instalações, murais urbanos e in­terferências urbanas. Já participou de 90 Salões Nacionais de Arte, entre eles a Semana de Portinari e foi premiada com ouro, prata e menções honrosas.

A Capela da Nonna com­pletou 80 anos e, para ho­menagear o lugar preferido da avó paterna de Portinari, Pelegrina, o site do museu irá disponibilizar um jogo da memória sobre a capela. O museu fica na praça Candido Portinari nº 298, no Centro de Brodowski. Informações pelo telefone (16) 3664-4284.

Vale lembrar que o museu está fechado devido à regres­são de todos os municípios do Estado de São Paulo para a fase vermelha.

A recomendação é restrição total de atividades. Não há previ­são de reabertura. Como forma de continuar a disseminar a cul­tura, as ações educativas da insti­tuição e, também, o tour virtual permanecem de forma online pelas redes sociais e site (@mu­seucasadeportinari e www.mu­seucasadeportinari.org.br).

Candido Portinari
Filho de imigrantes italianos nascido em Brodowski, em 30 de dezembro de 1903, Candido Portinari manifestou sua voca­ção artística desde criança. Ao longo de sua carreira, pintou mais de cinco mil obras, entre elas os painéis “Guerra e Paz”, oferecidos pelo governo bra­sileiro à sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Estados Unidos.

Morreu em 6 de fevereiro de 1962, aos 58 anos, vítima de into­xicação pelas tintas que utilizava. Criou desde pequenos esboços até grandes obras, murais e painéis. O artista foi o pintor brasileiro que conseguiu maior projeção inter­nacional devido ao seu talento artístico e sua atuação no cenário cultural e político do Brasil.

O museu
Antiga residência de Candido Portinari, em Bro­dowski, o Museu Casa de Portinari representa a forte ligação do artista com sua terra natal, origens e laços fa­miliares. É o local onde ele re­alizou suas experiências com pinturas murais e se aprofun­dou na técnica ao passar dos anos. Devido às várias obras em pintura mural nas pare­des da casa e em uma capela nos jardins da residência, a preservação do conjunto tor­nou-se imprescindível.

O primeiro passo ocorreu em 9 de dezembro de 1968, quando a casa foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Históri­co e Artístico Nacional (Iphan). No ano seguinte, o imóvel foi desapropriado e adquirido pelo governo de São Paulo e, em 22 de janeiro de 1970, foi tombado pelo Conselho de Defesa do Pa­trimônio Histórico, Arqueológi­co, Artístico e Turístico do Esta­do de São Paulo (Condephaat).

Com esforços da família do artista, do município e do Estado, o museu foi instalado e inaugurado em 14 de março de 1970. O complexo é cons­tituído por uma casa princi­pal, e anexos construídos em sucessivas ampliações. A sim­plicidade típica do interior é a maior característica do museu.

O acervo artístico do Museu Casa de Portinari constitui-se, principalmente, de trabalhos re­alizados pelo artista em pintura mural, nas técnicas de afresco e têmpera, nas paredes da casa. A temática é predominantemente sacra, exceto as primeiras expe­riências do artista neste gênero.

O acervo também contem­pla uma coleção de desenhos, linguagem expressiva e signifi­cativa na produção de Candido Portinari, presente em todos os momentos de sua carreira. O museu ainda abriga objetos de uso pessoal, mobiliário e uten­sílios da família, sendo que alguns cômodos permanecem com suas funções originais e outros foram adaptados para salas de exposições.

Domenica Torquato, mãe de Candido Portinari, cortando a fita de inauguração do Museu Casa de Portinari, em 14 de março de 1970O Museu Casa de Portinari foi inaugurado em 14 de março de 1970 em homenagem a um dos maiores artistas plásticos do BrasilArtista mandou construir, em 1940, uma capela ao lado da casa da avó Pelegrina

Capela da Nonna
Candido Portinari mandou construir, em 1940, uma capela ao lado da casa da avó Pelegrina, que por conta da idade e proble­mas de saúde não conseguia se locomover até a igreja para orar. Nas paredes estão os santos pre­diletos da avó, retratados pelo artista com a fisionomia de ami­gos e parentes. A obra terminou em 1941. A Capela da Nonna é um dos principais espaços do Museu Casa de Portinari

No espaço estão São Fran­cisco de Assis, Santa Luzia, São Pedro, São João Batista, a Sagrada Família, entre outras figuras sacras admiradas pela família. As imagens dos san­tos têm as formas de parentes e amigos de Portinari, uma tradição presente na pintura do século XV retomada pelo pintor, principalmente entre artistas flamengos e italianos.

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