Tribuna Ribeirão
Cultura

Casa de Portinari comemora 49 anos

ARQUIVO/RUBENS GUERRA

Antiga residência de Can­dido Portinari, em Brodowski, o Museu Casa de Portinari co­memora nesta quinta-feira, 14 de março, 49 anos. Para a data, o espaço cultural preparou ati­vidades gratuitas. A partir das 20 horas, o equipamento pro­moverá apresentações sobre os programas fornecidos no espa­ço. Os temas são acervo, educa­tivo, exposições, comunicação, edificação, programação e ações de apoio ao Sistema Estadual de Museus (Sisem-SP).

Todos serão ministrados por Angélica Fabri, diretora -executiva da Acam Portinari, gestora do espaço, uma insti­tuição da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Esta­do de São Paulo. “O objetivo é mostrar aos participantes os processos de trabalho dentro de um museu, com exemplos práticos do nosso espaço”, des­taca Cristiane Patrici, gerente do Museu Casa de Portinari.

Na sequência, para valori­zar a arte e os cidadãos locais, o brosdosquiano César Gullo fará a apresentação da obra de sua autoria, “Um conto de Natal”. A ação é aberta ao público de todas as idades.”É hora de celebrarmos a história do museu e a cultura tão cultivada nesse espaço. Foi aqui que Candido Portinari rea­lizou suas experiências com pin­turas murais e se aprofundou na técnica com o passar dos anos, é nossa função perpetuar essa tra­jetória”, reforça Cristiane.

Candido Portinari
Filho de imigrantes italia­nos nascido em Brodowski, em 30 de dezembro de 1903, Can­dido Portinari manifestou sua vocação artística desde criança. Ao longo de sua carreira, pin­tou mais de cinco mil obras, entre elas os painéis “Guerra e Paz”, oferecidos pelo governo brasileiro à sede da Organiza­ção das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Estados Uni­dos. Morreu em 6 de fevereiro de 1962, aos 58 anos, vítima de intoxicação pelas tintas que uti­lizava. Criou desde pequenos es­boços até grandes obras, murais e painéis. O artista foi o pintor brasileiro que conseguiu maior projeção internacional devido ao seu talento artístico e sua atu­ação no cenário cultural e políti­co do Brasil.

O museu
Antiga residência de Candido Portinari, em Bro­dowski, o Museu Casa de Portinari representa a forte ligação do artista com sua terra natal, origens e laços fa­miliares. É o local onde ele re­alizou suas experiências com pinturas murais e se aprofun­dou na técnica ao passar dos anos. Devido às várias obras em pintura mural nas pare­des da casa e em uma capela nos jardins da residência, a preservação do conjunto tor­nou-se imprescindível.

O primeiro passo ocorreu em 9 de dezembro de 1968, quando a casa foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Históri­co e Artístico Nacional (Iphan). No ano seguinte, o imóvel foi desapropriado e adquirido pelo governo de São Paulo e, em 22 de janeiro de 1970, foi tombado pelo Conselho de Defesa do Pa­trimônio Histórico, Arqueológi­co, Artístico e Turístico do Esta­do de São Paulo (Condephaat).

Com esforços da família do artista, do município e do Es­tado, o museu foi instalado e inaugurado em 14 de março de 1970. O complexo é constituído por uma casa principal, e anexos construídos em sucessivas am­pliações. A simplicidade típica do interior é a maior caracterís­tica do museu.

O acervo artístico do Museu Casa de Portinari constitui-se, principalmente, de trabalhos re­alizados pelo artista em pintura mural, nas técnicas de afresco e têmpera, nas paredes da casa. A temática é predominantemente sacra, exceto as primeiras expe­riências do artista neste gênero. O acervo também contempla uma coleção de desenhos, lin­guagem expressiva e significa­tiva na produção de Candido Portinari, presente em todos os momentos de sua carreira.

O museu ainda abriga obje­tos de uso pessoal, mobiliário e utensílios da família, sendo que alguns cômodos permanecem com suas funções originais e ou­tros foram adaptados para salas de exposições.

Capela da Nonna
Candido Portinari mandou construir, em 1940, uma capela ao lado da casa da avó Pelegrina, que por conta da idade e proble­mas de saúde não conseguia se locomover até a igreja para orar. Nas paredes estão os santos pre­diletos da avó, retratados pelo artista com a fisionomia de ami­gos e parentes. A obra terminou em 1941. A Capela da Nonna é um dos principais espaços do Museu Casa de Portinari

No espaço estão São Fran­cisco de Assis, Santa Luzia, São Pedro, São João Batista, a Sagrada Família, entre outras figuras sacras admiradas pela família. As imagens dos san­tos têm as formas de parentes e amigos de Portinari, uma tradição presente na pintura do século XV retomada pelo pintor, principalmente entre artistas flamengos e italianos.

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