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Cartografia e Literatura: os mapas coloniais

Apesar de historiadores considerarem que a era das descobertas territoriais che­gou a seu fim em 1560, um novo, e não menos significativo, interesse ocupou essa la­cuna: o do colonizador espanhol que passou a se valer das informações cartográficas para fomentar suas ações colonizadoras e intenções militares. Com isso, os mapas passaram a priorizar técnicas mais utilitárias, parciais e regionais que facilitavam o conhecimento dos diferentes governos nos quais as novas terras estavam abrangidas. “À medida que os espanhóis iam-se embriagando com a aventura imperialista, este método se acentuava e era manifestado nas cartas que serviam de base para essa dimensão característica da colonização ibérica na América e que constituiu o povoa­mento dos territórios conquistados”.

O que era modificado? Substituía-se, com o auxílio dos missionários apostólicos franciscanos, dominicanos e jesuíticos, o caráter conquistador das expedições por um sistema de colonização mais pacífico. O interesse? Consolidar o domínio dos territórios descobertos e controlar por outros meios as outras comunidades. Assim, mais utilitária e prática, a cartografia colonial simplificou, ao máximo, as cartas de orientação, transformando-as em simples e esquemáticos croquis, como as de Rivadeneyra (1581), guardada em Sevilha. Cumpre lembrar que também os modos indígenas de expressão foram utilizados pelos espanhóis na confecção cartográfica de então. Vales de rios, com seus animais e trabalhadores típicos, bem como, es­tradas, pontos comerciais e edifícios oficiais são, dentre outros elementos, os mais representados nesses documentos.

A partir do século XVI até a metade do século XVII, os mapas portulanos tornam-se documentos ornamentais, procurados por colecionadores e armadores. Tal situação sendo reforçada pela exuberante arte barroca, que incorporava aos mesmos rosas-dos-ventos cada vez mais decorativas e cromáticas. Maiorca foi o berço dessa indústria car­tográfica ornamental, compartilhando-a com as cidades italianas de Nápoles, Messina e Veneza e com a francesa Marselha. Também as oficinas domésticas e o artesanato oriundo das mesmas continuaram alimentando gerações.

Com a afirmação do domínio espanhol, o Conselho das Índias estabeleceu a neces­sidade de um sistema de informações, intitulado Relatos Geográficos, que deveriam ser preenchidos pelas autoridades coloniais, dando conta dos aspectos geográficos, políticos e econômicos das correge­dorias e governos sob sua direção. Das incursões espanholas no Pacífico, os navegantes Fernandes de Queirós e Vaez de Torres avistaram novas terras e delas tomaram posse em nome da Espanha. Último grande desco­brimento espanhol, foi seguido pela perda da capitania dos mares pelos espanhóis, que passaram a primazia cartográfica de então aos Países Baixos, também conhecidos como Holanda.

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